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PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS PROSTITUTAS

Estou tentando digerir a última do Ministério da Saúde. Um tanto difícil, pois ainda encontro-me entalado com os vetos da Campanha de Carnaval com foco nos jovens gays e das histórias em quadrinhos do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). Ingenuidade seria pensar que estes fatos não tem haver com as eleições 2014 em São Paulo e com as forças conservadores presentes no legislativo e no executivo, tentando forçar as portas do judiciário. 

Inúmeras as notas de repúdio e atos públicos que denunciam esta atitude retrograda de suspender subsídios que aliam saúde e direitos humanos, isto é, estratégia de prevenção à visibilidade das prostitutas, que historicamente são vítimas do empobrecimento social. Além disso, a exoneração do Dr. Dirceu Greco do cargo de diretor do Departamento Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais, reforça o ditatorialismo que conduz à falência a política brasileira de Aids. 

Numa atitude meio pra não dizer que não falei das prostitutas, uma das peças voltam com outra frase sem ser a inicial: “eu sou feliz sendo prostituta”. Entre o original e o genérico, o último custará menos nesta relação moralista de poder e oportunismos que se estabeleceu. Este retrocesso poderia ser chamado também de putaria, mas não cabe o termo justamente pra não ofender as “putas” que com coragem assumem para todo Brasil sua felicidade. 

O ditado “se explicar, piora” cai muito bem às tentativas de se justificar a suspensão do material. Não é o individual que estrategicamente vai aproximar o público específico? Se não me vejo numa propaganda, com certeza é bem menor a possibilidade de me sentir atingido e/ou motivado ao que ela está me propondo. Agora, fazer política “para” os vulneráveis, é bem diferente que fazer “com” e não dá pra afirmar que quem está dentro do movimento não está na mesma (falta de) condição que seus pares e que não os representa. 

A atitude de Eduardo Barbosa e Ruy Burgos que estavam diretores-adjuntos deste mesmo Departamento, ao pedir a saída após a demissão do Dr. Greco, revela a dignidade e o compromisso com a causa. Além disso, reforçam na prática que não basta somente antirretrovirais e preservativos, mas que o diálogo e a ousadia/coragem são extremamente necessários na luta contra a Aids e o preconceito que nos impedem de viver plenamente.

MEU NOME NÃO É AIDS

O jovem estudante Petterson Silva (16) é morador do município de Acará/PA, situado no nordeste do Estado. Em 2011 participou da capacitação e implantação do Grupo Gestor Municipal (GGM) do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). Desde então, vem colaborando nas ações de prevenção às DST e combatendo o preconceito em decorrência do HIV/Aids. 

Neste mesmo ano, integrou a Rede Jovens + Pará, articulação estadual da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens vivendo com HIV/Aids (RNAJVHA), que luta na promoção e defesa dos direitos humanos, com foco na saúde sexual e reprodutiva da população juvenil. Ele não vive com HIV, mas é um dos tantos jovens que hoje atuam com a RNAJVHA combatendo a discriminação a pessoas vítimas da Aids. 

Este mês o “ Gazeta do Vale”, jornal de circulação no Acará e em municípios vizinhos, publicou a matéria: “Preconceito é o principal problema para os portadores do HIV/Aids”. Junto às informações divulgadas, estava a foto de Petterson, justamente por ser um dos entrevistados sobre o assunto. Entretanto, após publicar a página com a notícia no facebook, começou a sofreu comentários de caráter preconceituoso. 

O título da matéria confirmou de forma antecipada aquilo que se comprovou em comentários , tanto na rede social, quanto em sua cidade. Porém, não é a primeira vez que Petterson tem recebido algumas censuras por se posicionar em defesa dos direitos humanos. Em algumas de suas postagens nas redes sociais se colocando contra a homofobia, também recebeu avacalhações. 

A grande questão é que esta atitude não se configura como um fato isolado ou até mesmo algo que vem para vitimar. A mesma situação ocorrida com Petterson é constante e em alguns lugares tem ocorrido de forma ainda mais violenta. Em São Paulo/SP, por exemplo, pai e filho foram confundidos com homossexuais e agredidos, sendo arrancada uma parte da orelha de um deles. Já em Camaçari/BA, um jovem também heterossexual foi brutalmente assassinado por está abraçando seu irmão. 

O fato é que não precisa ser soropositivo para também sofrer a discriminação das pessoas que vivem com HIV: basta assumir a luta contra a Aids para ser alvo de comentários estigmatizantes. Assim como o ser gay, lésbica, travesti ou transexual não é o único para ser vítima da homofobia, basta ter uma postura afetiva “diferente” da “normatividade”. Portanto, antes de fazer um discurso que limite a criminalização da homofobia somente a um direito de LGBT, vale lembrar que esta mesma violência vem atingindo também heterossexuais. 

Conforme a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids¹: “ninguém tem o direito de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único motivo de serem portadoras do HIV/aids”, “ninguém poderá fazer referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao resultado de seus testes para o HIV/aids, sem o consentimento da pessoa envolvida” e; “todo portador do vírus tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado de saúde e o resultado dos seus testes”. 

Infelizmente o compromisso com a vida nem sempre é visto com os olhos da solidariedade, onde a trave do preconceituoso insiste tapar. Porém, antes de qualquer afirmação equivocada ou atitude preconceituosa, vale lembrar que ninguém, a não ser a própria pessoa, tem o direito de revelar sua condição sorológica, seja ela qual for. E independente se positiva ao HIV ou não, merece ser respeitada em sua dignidade, independente de religião, orientação sexual, raça/etnia, etc. 

E antes que limitemos as pessoas simplesmente em um vírus, a reflexão do atual representante da RNAJVHA/Amazônia tem muito a nos ensinar: 

Logo que descobri fiquei amedrontado, sem saber ao certo do que se tratava. Foi um momento de muito transtorno, fiquei sem “chão”. Aquele foi um momento oportuno para que eu pudesse buscar informações a respeito do que é o vírus HIV. Depois de um tempo já conformado, o que mais me chocou foi saber e notar em tudo o que li e em todas as informações que captava, o que mais mata, é o preconceito que a sociedade impôs sobre as pessoas que vivem com HIV. Hoje eu tenho uma concepção de mundo, não tenho vergonha do que sou. Me chamo EFRAIM LISBOA e não Aids...


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¹ Confira em: www.aids.gov.br/pagina/direitos-fundamentais  (consulta realizada em 08 de abril de 2013).

GOVERNO VAI CADASTRAR TODOS OS BRASILEIROS DIAGNOSTICADOS COM HIV

Participe do cyber-debate no final da postagem, deixe seu comentário

O Ministério da Saúde cadastrará todos os brasileiros diagnosticados com HIV. Médicos e laboratórios que fizerem exames de detecção do vírus serão obrigados a repassar os dados do paciente, em caso de resultado positivo. Atualmente, as informações só são notificadas no caso de o paciente soropositivo desenvolver Aids.

NOSSO SEGREDO
"A informação será sigilosa", diz a epidemiologista Maria Amélia Veras, da Santa Casa de SP. Ela fez parte do grupo que formulou com o ministério a nova diretriz, do qual fizeram parte instituições como a UFBA, a UFMG e a FioCruz.

MUDA TUDO
O intuito do registro é conhecer o perfil dos portadores do HIV para formular políticas públicas que tentem diminuir o contágio pelo vírus. O ministério diz não ter prazo para a inclusão do HIV no sistema de vigilância epidemiológica.


QUAL A SUA OPINIÃO?

AIDS E INQUIETAÇÕES JUVENIS

         Em mais de trinta anos da sua descoberta, a Aids ainda é novidade pra muita gente. Além do HIV continuar fazendo milhares vítimas no Brasil e no mundo, ele ainda é “desconhecido” ou velado em diversos lugares. A grande questão, é que a epidemia vem crescendo cada vez mais entre os(as) adolescentes e jovens, se tornando uma vivência compartilhada entre seus/suas familiares e amigos(as).

         Num país onde a saúde pública é um dos principais problemas e as políticas de juventude ainda são utopias, que de forma arrastada tentam sair do papel, não  é de estranhar esse “vale a pena ver de novo” no aumento de infectados(as) nesta faixa etária pelo HIV. Pode ser até “comum” esta incidência, mas não deve ser naturalizada ou tratada como algo banal.

         São milhões destinados a compra de insumos de prevenção e medicamentos, em campanhas publicitárias e materiais gráficos para divulgação, em pesquisas e pagamento de recursos humanos para atuar nas unidades de testagem e tratamento... Muito dinheiro e ainda temos uma epidemia lotando os leitos de hospitais, colocando o norte e nordeste em estado (e em Estados) de alerta. O que está faltando?

         Pesquisadores(as) provocados(as) por esta situação, contando depois com a adesão do Movimento Nacional de Luta Contra a Aids externaram sua insônia através do manifesto: “Aids no Brasil hoje: o que nos tira o sono?” Os gritos silenciados, mas evidentes, foram chegando em diversos lugares do país, somando a muitas vozes que já denunciavam o retrocesso da política de Aids nos Estados e municípios, que agora era uníssono também na esfera federal. Jovens até se perguntavam: o SPE está passando por onde? E o Plano de enfrentamento à juvenização, deixará de ser lenda?

        Gera mais inquietação, quando a realidade é confirmada através do trecho da música: “o jovem no Brasil não é levado a sério”. Estamos falando de uma população de grandes potencialidades que historicamente é taxada mais como problema, que solução. Como “ninguém” quer problema perto de si, é melhor afastar ou por fim. Será isto então que motiva o genocídio à juventude negra e a redução da maioridade penal?

         O que é mesmo protagonismo juvenil? Será um paneiro de conceitos e poucas ações? Um alguidá de ideias, cercado de tutelas e preconceitos? Substantivo ou adjetivo? O fato é que quando não acreditamos na autonomia destes(as) jovens, não valerá a pena a promoção da saúde na perspectiva da educação entre pares. Assim como não terá tanta eficácia, uma ação “para” a juventude, mas “com” a juventude, adotando a disciplina da escuta como exercício para a descoberta do novo.

         As três décadas de combate a Aids, não podem retroceder através de discursos tendenciosos e oportunistas. Assim como o incentivo político-financeiro, não deve ser tratado como exclusividade, mas como prioridade. A juventude não deve ser tratada como mera coadjuvante, tampouco com tutela ou desprezo, mas sendo levando em aliando a construção da sua identidade e de sua autonomia a capacidade mobilizadora de transformar. Afinal, este é um trabalho que não nasce do nada para lugar nenhum, mas também tem como ponto de partida a vida dos(as) adolescentes e jovens.

         Neste sentido, vale ressaltar que o “ativismo virtual” deve ser consequência do trabalho de base, a sociedade civil organizada estabelecendo o diálogo constante com os governos sem que perca sua identidade e as estratégias de prevenção pautadas nas novas tecnologias construídas mutuamente. A metodologia de educação entre pares e a educomunicação protagonizadas pelos(as) jovens, podem até não resolver todos os desafios atuais, mas poderá amenizar o sono de quem tira e/ou de quem está vivendo esta insônia “induzida”.

JUVENTUDE CATÓLICA EM TEMPO DE AIDS

No final dos anos 80, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o 1º de dezembro como Dia Mundial de Combate a Aids. Em diversos países, ocorrem várias atividades alusivas como: campanhas de prevenção, testagens para o HIV, debates a cerca da qualidade de vida de pessoas soropositivas, etc. Em 2012, o Ministério da Saúde investe na testagem para o HIV, sífilis e hepatites B e C, enquanto o movimento social denuncia o enfraquecimento da política de enfrentamento da epidemia de aids no Brasil. 

Quando falamos do HIV, não estamos tratando somente de um vírus biológico, mas também social. Mais do que atacar as células de defesa, ele também contribui para a violência contra populações vulneráveis, na reprodução de olhares e práticas discriminatórias. Há discursos estigmatizantes, que também aumentam ainda mais o preconceito contra a juventude.

Na contramão das especulações e de notícias tendenciadas por algumas mídias, estão dados importantes que apontam os(as) jovens como as principais vítimas desta realidade. O fato é que a não efetivação das políticas públicas existentes e a ausência de específicas para/com a juventude, dificultam o seu desenvolvimento integral.

No serviço de saúde, a situação se agrava em muitas unidades/postos, que além de não acolher de forma humanizada, não oferecem nem o básico, o que acaba distanciando ainda mais a população juvenil, principalmente do sexo masculino. O acesso à prevenção de DST e à gravidez na adolescência e ao planejamento familiar, nem sempre são encontrados nestes espaços.

Ainda que a promoção da saúde seja um dos temas transversais nos Parâmetros Nacionais Curriculares (PNCs), nem sempre são garantidos. Em muitas unidades de ensino não existe o Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE)[1], ou apresenta dificuldades na realização, sendo resumidos na disciplina de biologia ou apresentados de forma tendenciosa.. Além disso, há uma “invisibilidade” da aids no ambiente escolar e uma violência “velada” em decorrência dela.

Neste cenário também está presente desde 1999, a Pastoral da Aids. Este serviço “atua especificamente no campo das DST/HIV/Aids, procurando dar conta das questões que surgem nesta área e que colocam em relação a Igreja e epidemia que atinge o país em todas as suas regiões, desconhecendo limites de idade, sexo, condição social ou religiosa”[2].

Na Parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37), somos convidados(as) a fazer duas reflexões: “de um lado, há uma proposta de leitura muito comum e aceita por todos que é procurar seguir a sugestão de Jesus no final do relato: ‘vá e faça a mesma coisa’... Ou, seja, Jesus convida a assumir o lugar do caído, pois só pode tornar-se próximo de alguém aquele que precisa .Somente quem experimenta na pele a dor do abandono, da marginalização pode deixar que se aproxime alguém que está fora do sistema , dos padrões estabelecidos. É preciso saber-se caído, pobre, para entender em sintonia com quem está a margem do caminho”[3].

Os bispos da América Latina e do Caribe, orientam: “consideramos de grande prioridade fomentar uma pastoral com pessoas que vivem com HIV/aids, em seu amplo contexto e em seus significados pastorais: que promova o acompanhamento integral, misericordioso e a defesa dos direitos das pessoas infectadas; que implemente a informação, promova a educação e a prevenção, com critérios éticos, principalmente entre as novas gerações, para que desperte a consciência de todos para o controle desta pandemia”[4].

Mas, onde está o meu grupo de jovens no meio de tudo isso? Como estamos trabalhando a prevenção e a acolhida de jovens vivendo com HIV? Afinal, "os grupos de jovens são um instrumento pedagógico de educação na fé. O pequeno grupo, como instrumento de evangelização, foi um dos instrumentos pedagógicos usados por Jesus ao convocar e formar seu grupo de doze apóstolos"[5].

O trabalho de base, além de promover a integração, possibilita também a “educação entre pares”, ou seja, jovem educando/evangelizando jovem. Porém, é preciso garantir um espaço mais de escuta e buscar, na medida do possível, utilizar as informações e experiências que trazem, para reforçar ou ajustar algum entendimento. Um espaço com verdades prontas, afirmações fechadas, tendem a inibir a participação destes(as) não só no grupo, mas no seu protagonismo juvenil.

O acesso a informação é muito importante para “que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8). A escolha dos materiais que serão utilizados (vídeos, textos, músicas...), assim como das pessoas quem vão ajudar, precisa ser feita com atenção. Procure saber a fonte dos subsídios e o envolvimento do facilitador(a)/assessor(a) acerca do assunto. Ficar atento(a) para não constranger, machucar... mas em acolher, informar, cuidar.

Já dizia a frase de uma campanha: “viver com aids é possível, com o preconceito não”. Por mais que haja populações vulneráveis, não é o contato com grupos específicos que determina a infecção ao HIV, mas comportamentos de risco. E antes de segregar alguém, é preciso não esquecer que “Deus não faz acepção de pessoas” (Rm 2,11).

É muito importante que os(as) jovens católicos(as) participarem no enfrentamento da juvenização da aids, na desconstrução de mitos relacionados à prevenção e à vhivência. É promover a solidariedade, “para que todos tenham vida em abundância” (Jo 10,10).
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[1] O Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) tem como objetivo reduzir a vulnerabilidade de adolescentes e jovens às doenças sexualmente transmissíveis (DST), À infecção pelo HIV, à aids e a gravidez não planejada, por meio de ações no âmbito das escolas e unidades de saúde.
[2] Guia do Agente de Pastoral da Aids – Porto Alegre, RS: Pastoral DST/Aids – CNBB, 2005. p. 20.
[3] Idem. p. 62.
[4] Documento de Aparecida, n. 421. Texto Conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (CELAM - 2007).
[5] Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas pastorais, n. 151 - CNBB, 2007/Doc. 85

UM OLHAR SOBRE OS VIVENDOS

Texto escrito por ocasião do I Vivendo Nordeste

A pergunta que intitula o tema deste encontro “Estamos vivos e vivas?” não poderia ser mais inquietante, mais desestabilizadora, e, por isso mesmo, extremamente pertinente, frente aos novos e velhos desafios impostos por todos e todas que vivem com HIV e AIDS na sociedade atual.

Falo em desafios velhos, considerando o preconceito ainda residente, tanto por parte de quem vive esta realidade, pertencente aos mais diversos segmentos – já que não se trata mais de uma praga “gay”-, ao fazerem um caminho pelo deserto do silenciamento, à margem de uma tomada de postura que contribua para a efetivação de políticas públicas que caminhem para além de uma sobrevida, circunscrita, muitas vezes, na marginalidade, na periferia das filas dos hospitais públicos, que, embora ofereçam tratamento médico “de ponta”, caso da realidade do Estado de Pernambuco, alavancando as possibilidades de uma vida mais saudável física e psicologicamente, por sua vez, não são suficientes para trazer à sociedade outros encaminhamentos que efetivamente contribuam para a garantia da dignidade humana em âmbitos mais gerais, no campo do Direito, da Saúde Pública, do exercício à cidadania plena, por exemplo. E para tanto me parece que a atitude de se esconder não mais condiz com o que este novo contexto impõe.

É preciso, portanto, nos tornarmos visíveis, expostos, no intuito de juntarmos forças, nos agruparmos, para socializarmos experiências, dificuldades, possibilidades, limites, êxitos e, nesse aspecto, este encontro faz o maior sentido. Falo de desafios velhos também por parte das pessoas que não convivem com esta realidade, seja na condição de soropositivo, seja na condição de possuírem alguém próximo convivendo com o vírus. Nestes casos, predominam, ainda, o preconceito escancarado, em alto e bom som, travestido na ignorância religiosa, sob o prisma de dogmas envelhecidos, retrógrados e machistas; na ignorância educacional e informacional que constrói sujeitos insensíveis e intolerantes, alijados da possibilidade de tratarem da temática como uma questão de interesse de todos e, consequentemente, humanizarem suas relações interpessoais e seus discursos como cidadãos.

Nesse sentido, corroboro a afirmação de Carlos Dias, ao analisar a experiência soropositiva de Hebert Daniel, propondo que a cidadania e democracia são para toda a população brasileira. Segundo ele, Hebert Daniel exortava a todos saírem dos “guetos”, já que a permanência nesses espaços significava interiorização e aceitação da discriminação. Por isso, a homossexualidade como identidade monolítica levava a clandestinidade, já que sua realização só é possível porque vinculada ao gueto. Acrescento que, nessa nossa discussão, cabe a ampliação de qualquer forma de “gueto”, o do exílio, o do silêncio, o da apatia, o da falta de força de vontade de lutar por melhores condições cidadãs de estar e ser em sociedade. Cabe, portanto, frente aos novos desafios, já referenciados acima, uma postura, de nós que convivemos com a soropositividade em algum grau, engendrar todas estas discussões para o campo da democracia, da cidadania e da liberdade, para que não encontremos mais casos em que a morte social precede à morte biológica, ou seja, não sejamos aquele que, anunciando a possibilidade de morte, é imediatamente excluído, já que no outro, saudável, não existiria o desejo de lembrar que um dia também vai morrer. Ledo e perverso engano. Sobre essa questão, Fernando Seffner (1995: p. 131) mostrou que a

Morte por AIDS é a morte antes dela mesma, tanto no sentido físico e clínico, mas especialmente no sentido de morte civil, de perda de cidadania. A morte por AIDS quase não é vista pelo senso comum como morte no sentido biológico, já que suas representações e significações a aproximam da ideia de fracasso, punição, castigo e provação.

Não podemos permitir que, nos dias atuais, haja a menor sombra de se instituir a “morte civil” imposta ao soropositivo. Concordamos, assim, com Daniel que se a AIDS fosse “de todos”, existiria espaço para a construção da solidariedade e a vitória sobre os discursos que excluíam o soropositivo, ou se direcionavam somente a poucos segmentos. Herbert Daniel assinala bem aquilo que venho chamando de novos desafios:

O ponto inicial de orientação estratégica nos leva a divulgar que temos que viver com a AIDS. A AIDS está entre nós, é uma doença nossa, não é uma doença do outro, do alheio. VIVEMOS TODOS COM ELA. A educação de que a doença é um problema comum de toda a humanidade, gera uma estrutura de enfrentamento de onde surgem as raízes da solidariedade social.

Assim, autonomiza-se uma concepção mais humanista, isenta de preconceitos e que sinaliza a participação de todos no combate à AIDS. Como diz Daniel, é preciso retomar o poder sobre nossos corpos e lutar contra a clandestinidade, o gueto o preconceito e a negação, construindo assim a democracia, cidadania e liberdade.

Estamos vivos e vivas. Não há dúvidas.
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ANDRÉ GUEDES
Pedagogo e integrante do GTP+

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SUSTENTABILIDADE É TEMA DO VIII FÓRUM UNGASS/AIDS – BRASIL

Por Eduardo da Amazônia (PA) e Caiocesar Almeida (PE)
Ativistas da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens vivendo com HIV/Aids

Encontram-se em Recife/PE cerca de 60 ativistas brasileiros(as) do movimento nacional de luta contra a Aids reunidos(as) no VIII Fórum da UNGASS/Aids - Brasil, que tem como tema: “Sustentabilidade da Resposta Nacional ao HIV e Aids – O papel da Sociedade”. Nesta quinta-feira (04), houve o início das atividades tendo dois assuntos abordados: “Estado Laico e o Brasil” e “Sustentabilidade Política Econômica dos Movimentos Sociais”, respectivamente.

Após as boas vindas de Jair Brandão, da GESTOS – Soropositividade, Comunicação e Gênero um resgate histórico acerca do processo de colonização aliada à religião, foi apresentado por Betânia Ávila, da SOS Corpo – Instituto Feminista para Democracia. Em seguida, Toni Reis, presidente da ABGLT tratou das atuais influências religiosas nas políticas públicas, principalmente no campo da sexualidade e reprodução humana. Ainda pela manhã, Raimundo Oliveira, da executiva nacional da ABONG, facilitou o debate sobre o marco regulatório para o repasse de recursos públicos às organizações da sociedade civil.

Durante a tarde, os(as) participantes contaram com a contribuição de Veriano Terto (ABIA/RJ), Kátia Edmundo (CEDAPS) e Carlos Duarte (CNS – GAPA/RS), que trataram sobre “Participação Democrática e Controle Social”. Na abordagem, a realidade da Política Nacional de Aids, na qual foram apontados como desafios da incidência política e controle social e alguns espaços como o Conselho Nacional de Saúde e até mesmo dentro do próprio Movimento Aids.

Concluindo o dia de discussões, Felipe Fonseca, da Médicos Sem Fronteiras, e Claudio Fernandes, da GESTOS, trouxeram algumas demandas do VII Fórum da UNGASS AIDS Brasil acerca da propriedade intelectual e acesso a tratamento, assim como a Taxa sobre Transações Financeiras – TTF. A produção e aquisição de medicamentos para o tratamento de pessoas que vivem com HIV foram preocupações destacadas, assim como os impactos na justiça socioambiental que precisam ser enfrentados.

TODOS(AS) PELA VIDA: PRISCILA ARAÚJO

Na madrugada de sexta-feira (14), minha/nossa grande amiga Priscila Araújo sofreu um grave acidente que vem nos preocupando... Neste sentido, estou criando um espaço dentro do meu blog para aglutinar informações a cerca de sua saúde e criar uma corrente de boas energias pela sua vida.

Quem tiver acesso a notícias e quiser compartilhar aqui, basta acessar o formulário de contato e enviar. Mas, por favor: somente se for comprovada a veracidade desta.

:: Grupo no facebook, para troca de informações e boas energias!
:: Acidente na Cidade Nova teve uma vítima fatal (Diário do Pará)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS:
  • Como a Priscila ainda está muito inchada, não foi possível ser realizada a traqueostomia. (Atualizado em 23/09 - 14h18min)
  • Nesta manhã, foi realizada a traqueotomia. Além no inchaço no corpo, ela também está com pneumonia. (Atualizado em 22/09 - 16h53min)
  • Para ajudar respirar melhor, ela vai precisar fazer uma traqueotomia, prevista para acontecer amanhã, pela manhã. (Atualizado em 21/09 - 23h07min)
  • 12h sem sedação e os médicos estão esperando alguma reação caso isso não aconteça em 24h será feita uma nova bateria de exames. (Atualizado em 18/09 - 22h29min)
  • O quadro da Priscila é estável, ainda está em coma induzido e a sonda que estava usando, foi retirada. Ainda está utilizando o aparelho pra ajudar a respirar. A expectativa é que a tarde saia um boletim médico. (Atualizado em 17/09 - 12h16min)
  • Ela saiu do coma profundo e o resultado da tomografia apontou que ela não irá precisar passar por cirurgia. Está respondendo bem ao tratamento e permanecerá no Hospital Metropolitano, mantida somente em coma induzido para facilitar a questão do tratamento. (Atualizado em 15/09 - 21h05min) 
  • Ela ainda encontra-se em coma "natural", mas já fizeram a tomografia e o resultado está previsto sair ainda hoje. (Atualizado em 15/09 - 20h55min) 

O PROTAGONISMO DE ADOLESCENTES E JOVENS POSITHIVOS(AS) NAS ELEIÇÕES

De acordo com Boletim Epidemiológico Aids e DST 2011 divulgado pelo Ministério da Saúde, foram diagnosticados cerca de 66.698 casos de aids entre a população de 15 a 24 anos, no período de 1980 a 2011. Este número corresponde a cerca de 11% do total de casos de aids notificados no Brasil desde o início da epidemia ocorre entre jovens, sendo 38.045 no sexo masculino (57%) e 28.648 no sexo feminino (43%). O mesmo também apresenta o aumento de 10,1% entre os gays nesta faixa etária.

Somos impulsionados(as) a refletir não somente a cerca de uma prevenção soronegativa, mas integral, inclusiva e participativa que também leve em consideração a promoção da saúde de pessoas vivendo com HIV, com foco nas populações vulneráveis. Ainda que programas, projetos, eventos e campanhas ocorram nesta perspectiva, torna-se necessário POLÍTICAS PÚBLICAS, que garantam nas esferas federais, estaduais e municipais a permanência destes direitos.

O conceito de CIDADANIA (do latim “civitas” – cidade) aponta para o conjunto de direitos e deveres que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de sua gente[1]. A legislação brasileira garante a todo e qualquer cidadão(ã) – e isso também vale a pessoas que vivem com HIV – obrigações e direitos que nem sempre são efetivados ou negligenciados. E é nesta conjuntura que os(as) jovens precisam exercer sua PARTICIPAÇÃO POLÍTICA. Ainda que perpasse pelas campanhas e eleições ao executivo ou legislativo, o exercício da cidadania envolve também o acompanhamento destes(as) na efetivação de suas atividades.

Grande parte dos(as) adolescentes e jovens enfrentam o empobrecimento social, sendo as principais vítimas da violência. O Mapa da violência 2012[2] revela que nos últimos 30 anos houve um aumento de 346% na taxa de homicídios entre crianças e adolescentes com idades entre zero e 19 anos. Esse crescimento quase que sistemático, vem-se dando muitas vezes de forma velada, que vai desde a sua criminalização até a negação de seus direitos básicos. Todavia, o protagonismo juvenil nas diversas organizações, movimentos e em redes sociais vem contrapondo a este cenário opressor onde através da incidência política e do controle social, os(as) jovens têm contribuído na formulação de POLÍTICAS PÚBLICAS PARA JUVENTUDE.

No contexto da saúde, esse protagonismo se revela por meio da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids (RNAJVHA). A rede tem a missão de agrupar, acolher e apoiar adolescentes e jovens vivendo com HIV e AIDS, bem como elaborar e incitar respostas, ações e políticas públicas contra os estigmas e impactos do HIV e AIDS[3]. Sua atuação se dá através do empoderamento juvenil, com foco nos seus direitos sexuais e reprodutivos e sua participação acontece em diversos espaços da sociedade civil e do poder público.

Estamos caminhando para um momento importante: as eleições municipais. Prefeitos(as) e vereadores(as) serão escolhidos(as) em vista do bem comum, do bem-viver. E, novamente, a juventude vivendo com HIV, deve levantar sua bandeira em vista de possíveis mecanismos que possam garantir uma atenção integral a sua saúde e o de políticas públicas capazes de oferecer uma assistência de incidindo em qualidade de vida. 

As organizações não governamentais que compõem o Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE)[4] elaboraram conjuntamente o PACTO PELA JUVENTUDE com propostas específicas para este público, no qual os(as) candidatos(as) aos cargos/serviços políticos espalhados(as) pelo Brasil, são convidados a assinar se comprometendo com aquela demanda. Em 2012, dentre as diversas proposições, está a promoção da saúde integral: “Criar uma Política de Saúde específica para população jovem, orientada pelos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), da laicidade do Estado e do direito à experimentação, que tenha como prioridades o respeito aos direitos sexuais e reprodutivos, o combate à juvenilização da Aids, a disponibilização de meios adequados de prevenção e tratamento do uso abusivo de álcool e outras drogas e o enfrentamento da mortalidade materna juvenil, por meio de ações e do atendimento humanizado e qualificado na rede pública de saúde”[5].

Não há dúvidas de que o momento precisa ser agora. Dar visibilidade a candidatos(as) que levantem nossas bandeiras e sensibilizar aqueles(as) que ainda não assumiram essa responsabilidade em seus programas de Governo. Garantindo acima de tudo sua adesão ao PACTO PELA JUVENTUDE, para posteriormente a sociedade fazer o controle social frente aos deveres e obrigações de vereador(a)s ou prefeito(a)s firmadas em campanha. Talvez este não seja o único, mas é um dos caminhos que poderá garantir frutos em nossas vidas e na vida dos(as) que virão.

[1] UNICEF. “Guia dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Adolescentes e Participação Política”.
[2] Confira em: http://www.mapadaviolencia.org.br/. (Acessado em 04 de setembro de 2012).
[3] Carta de Princípios da RNAJVHA: http://jovenspositivos.org.br/index.php/articles/weblinks/carta-de-principios. (Acessado em: 04 de setembro de 2012).
[4] A RNAJVHA compõe o conjunto de organizações da sociedade civil no CONJUVE, durante o biênio 2012/2013. Confira: http://www.juventude.gov.br/conjuve. (Acessado em 04 de setembro de 2012).
[5] Confira o documento e outras informações em: http://pactopelajuventude.files.wordpress.com. (Acessado em 04 de setembro de 2012).

PARTICIPE DA CAMPANHA "A BÍBLIA NA VIDA"

É uma alegria recordar experiências que contribuíram significativamente para minha vida. Nesta estrada, tive a oportunidade de conhecer o Centro de Estudos Bíblicos – CEBI, ao qual quero dedicar profundamente estas palavras e convidar que por estas linhas passar a aderir a Campanha “Bíblia na Vida”.

Minha aproximação com o CEBI começou na minha adolescência através das Escolas Bíblicas realizadas na Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz (Benguí, Belém/PA). Grande parte dos(as) participantes tinham algo muito em comum: viviam em um bairro atingido pelo empobrecimento social. E era a partir desta realidade também que as reflexões bíblicas partiam, fazendo um paralelo entre o antigo/novo testamento e o “pós-moderno testamento” vivido também ali naquela localidade.

Ainda consigo sentir o cheiro e o sabor das manhãs de domingo em que nos encontrávamos com Pe. Francisco Rubeaux em uma pequena escola pública para conhecer pouco a pouco a história do Povo de Deus. Éramos levados(as) a nos perceber também, parte deste povo e por isto tínhamos a função profética e missionária de assumir o compromisso com os(as) excluídos(as). Voltávamos para nossas comunidades e grupos, com o coração aquecido e dispostos(as) a ser testemunhas destas coisas (Lc 24,48).

A música e a poesia popular nos sintonizava com os textos. Canções como: “Toda Bíblia é comunicação...” ou “A Bíblia é a Palavra de Deus semeada no meio do povo...” animavam nossa mística nos impulsionando cada vez mais a adentrar na Palavra. Mergulhávamos também na sabedoria dos salmos e dos cânticos bíblicos como o de Miriam e Moisés “Minha força e meu canto é o Senhor, salvação ele se fez para mim...” ou de Maria “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome...”, dentre outros.

Mais do que cumprir uma carga horária ou uma agenda institucional, estas Escolas Bíblicas do CEBI tinham como principal propósito instrumentalizar lideranças no serviço por elas desenvolvido nas Comunidades Eclesiais de Base e nos movimentos sociais. Tanto que por muito tempo fiquei participando delas e somente depois de um certo tempo “migrei” para o Grupo de Aprofundamento.

Através desta metodologia popular e orante que o CEBI desenvolvia conosco, levando em consideração nossas limitações e potencializando nossas capacidades, fui percebendo então o quanto era importante conhecer as Sagradas Escrituras e incorpora-la em dentro da minha vida pastoral e social. O método de “leitura dos quatro lados” (social, político, econômico e ideológico) despertava em nós um olhar crítico e pé-no-chão a cerca das realidades bíblicas históricas e atuais.

Em 2008, tive a possibilidade de participar na Casa da Juventude Pe. Burnier (Goiânia/GO) da Escola Bíblica para Jovens. Uma proposta realizada no serrado e em alguns lugares do Brasil, específica para a juventude, levando em consideração seu modo de ser. Com a assessoria animadora de Mercedes de Budalles, que com criatividade tornou o estudo mais dinâmico. A arte e o lúdico, a vivência da espiritualidade com Ofício Divino da Juventude também foram elementos essenciais que contribuíram significativamente para o envolvimento dos(as) participantes com a atividade e entre si.

Hoje não estou no CEBI, mas sinto o CEBI em mim, continuando como uma grande referência na minha militância. Meus “últimos” reencontros com o CEBI aconteceram este ano no Dia Mundial da Oração – onde ele sempre contribui na organização desta celebração em minha cidade – e numa atividade da Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Belém, através da importante participação de Ir. Tea Frigerio, religiosa xaveriana e assessora do CEBI, nos ajudando a refletir sobre a dimensão do cuidado com a missão e com a juventude. Além disso, estive presente numa das reuniões de preparação par o Seminário de Bíblia e Juventude(s) que acontecerá em Belém/PA. Este último contato se deu com a minha ida pela primeira vez em sua sede estadual, localizada dentro de um bairro periférico da metrópole da Amazônia.

Portanto, precisamos unir-nos em solidariedade e contribuir com a Campanha “Bíblia na Vida” que tem por objetivo a mobilização de recursos para a ampliação dos projetos do CEBI de Leitura Popular e Comunitária da Bíblia. É tempo de viver a experiência das primeiras comunidades cristãs e em comum para o bem comum, em vista daquilo que o CEBI oferece a mais de 30 anos no Brasil e em diversos lugares do mundo numa perspectiva libertadora, comprometida com os(as) empobrecidos(as).

No Estado do Pará, você pode obter maiores informações através dos seguintes contatos:
R. Generalíssimo Deodoro, Pass. José Pires, nº 8 – Cremação. CEP: 66045-600 | Belém – PA
Telefone: (91) 32522650 ou (91)82063311 E-mail : cebipara@yahoo.com.br (Zulema e Celina).

A responsabilidade do CEBI na formação bíblica e para cidadania, necessita também de nossa responsabilidade, nossa contribuição. Por isso, é importante mobilizar todos(as) nos diversos lugares que se encontram, sensibilizá-los(as) a cerca da importância deste serviço em nossas comunidades. Com esta partilha, não estaremos somente doando algum valor financeiro, como meros patrocinadores(as) do CEBI, mas estaremos sendo parceiros(as) construtores(as) do Reino fazendo valer o nosso amor pela Palavra e pela vida!