tag:blogger.com,1999:blog-23644873296525041412024-03-19T03:38:06.746-07:00EDUARDO da AMAZÔNIAUnknownnoreply@blogger.comBlogger43125tag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-49706805956331209152013-06-19T14:12:00.000-07:002013-07-04T14:34:11.118-07:00NO VERÃO PARAENSE, A PRIMAVERA BRASILEIRA!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0JCvZotnAo-8Zw7CIIAMKCmSiQ5XNM1-aHxwHuEs7TstBv1BFHTElVLNlznFaHg8NlK7SmZVVDJjvVoWsVposQ0j9mwRb7HpCZnYgTKH5cdB1z0TM5R_zhznCUSDvXvj4CQOCoQFFzwE/s1600/999007_598304886870742_1222764826_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0JCvZotnAo-8Zw7CIIAMKCmSiQ5XNM1-aHxwHuEs7TstBv1BFHTElVLNlznFaHg8NlK7SmZVVDJjvVoWsVposQ0j9mwRb7HpCZnYgTKH5cdB1z0TM5R_zhznCUSDvXvj4CQOCoQFFzwE/s300/999007_598304886870742_1222764826_n.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Sai de casa por volta das 17h00. Quanto mais eu me aproximava do nosso ponto de encontro em São Brás, mais o coração acelerava. No caminho, inúmeras pessoas seguiam caminhando pela Almirante Barroso até São Brás de onde partiríamos com a multidão que nos esperava. Não éramos dez, nem cem, nem quinhentos, mas milhares nas ruas continuando o #MovimentoPasseLivre que começou em São Paulo/SP e se espalhou pelo Brasil.
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A manifestação não ganhou uma ampliação somente geográfica, mas também política. Ainda que o transporte público tenha sido o motivador, outras pautas se viam presentes nos cartazes e ecoava na voz dos participantes. Enquanto algumas faixas traziam as reivindicações por uma educação de qualidade, outras carregavam o grito dos povos da Amazônia: Pare Belo Monte! Em meio a todas as inquietações, uma bandeira com as cores do arco-íris indicava que a luta também era pela diversidade e contra a homofobia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Continuamos a caminhada rumo ao Entroncamento, paramos o trânsito. Fechamos um lado de uma das principais vias de acesso à cidade além de tomarmos o canteiro central, onde encontra-se parada há muuuuuuito tempo as obras do BRT. Houve quem reclamasse sobre o fato de termos impedido a passagem de ônibus, carros e motos, eu também teria reclamado... se não tivesse entendido que até o meu direito estava sendo reivindicado naquele momento.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A marcha seguiu tranquila, tanto pelos militares que estavam espalhados pelo trajeto e principalmente pelo povo que foi às ruas, não por um sentimento de revolta, mas de rebeldia. Uma das palavras de ordem refletia justamente isto: “não a violência!”. Senti cheiro de vinagre em um determinado lugar enquanto um amigo explicava “quimicamente” a reação entre o produto e a bomba de efeito (i)moral. Bom, mas não foi necessário e quem trouxe a garrafinha de vinagre, pode levar de volta pra casa e colocá-lo na dispensa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E até a natureza se juntou aos manifestantes. Afinal, estávamos numa terra onde o cair da chuva é um rito (quase que) sagrado. Quem disse que a caminhada parou? Já dizia o ditado “quem está na chuva é pra se molhar” então, seguimos adiante. Houve silêncio na frente dos dois hospitais que passamos, demostrou ainda mais o respeito e a organização que estava sendo conduzido o ato e dos participantes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3oNeIoUOQmxb7ElOmmk_FiTDJ8zCYfiyWi0aEz6RHqw7dDR8ekCwejS0KJfzRJUER-cxkdJkY8D3Aa3eBjCCVeVN8XMysLE6fy0qE6GxezGkGBUf5woymH8_9il-Du7A8ubiGx6T5lt0/s1600/9042_598305180204046_1269266572_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3oNeIoUOQmxb7ElOmmk_FiTDJ8zCYfiyWi0aEz6RHqw7dDR8ekCwejS0KJfzRJUER-cxkdJkY8D3Aa3eBjCCVeVN8XMysLE6fy0qE6GxezGkGBUf5woymH8_9il-Du7A8ubiGx6T5lt0/s300/9042_598305180204046_1269266572_n.jpg" /></a>Depois da grande marcha do Fórum Social Mundial em 2009, esta foi a segunda maior que participei em minha vida. No meu subconsciente escuto as músicas de libertação, desde aquelas cantadas em meio a ditadura militar até as mais atuais, que se concretizam na ousadia d@s jovens, na profecia daqueles(as) que fazem acontecer um <i>outro mundo possível</i>. Sinto-me mais motivado a participar destas passeatas, ao ver companheir@s da Rede Jovens + Pará e da Pastoral da Juventude, organizações que estão em minha vida, presentes na caminhada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O fato de chegarmos a 16 mil pessoas nas ruas, em plena segunda-feira de junho não é mera coincidência e nem algo isolado da conjuntura mundial. Embora ainda estejamos vivendo um inverno-outono, a esperança se faz presente com a juventude tomando conta das ruas do país, no verão paraense e na #PrimaveraBrasileira que (re)começa aqui e agora!</div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-85833727298372506212013-06-14T00:25:00.001-07:002013-07-04T16:24:09.721-07:00PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS PROSTITUTAS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU92ngc08cct3ZpbYdtBs73Gmlzs5S4zfWzjPtr2cHrYVhT3Aj3d5ceogFCyp6B0dwOmHD4ZsO5EgUJUUQVzCkIdDxRx5Rx2M_PIzAVPWtivE8rpBY9NPVM2glwOXUFUUR5CNNjZSRIsI/s1600/prostituta.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU92ngc08cct3ZpbYdtBs73Gmlzs5S4zfWzjPtr2cHrYVhT3Aj3d5ceogFCyp6B0dwOmHD4ZsO5EgUJUUQVzCkIdDxRx5Rx2M_PIzAVPWtivE8rpBY9NPVM2glwOXUFUUR5CNNjZSRIsI/s320/prostituta.jpeg" width="225" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Estou tentando digerir a última do Ministério da Saúde. Um tanto difícil, pois ainda encontro-me entalado com os vetos da Campanha de Carnaval com foco nos jovens gays e das histórias em quadrinhos do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). Ingenuidade seria pensar que estes fatos não tem haver com as eleições 2014 em São Paulo e com as forças conservadores presentes no legislativo e no executivo, tentando forçar as portas do judiciário. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Inúmeras as notas de repúdio e atos públicos que denunciam esta atitude retrograda de suspender subsídios que aliam saúde e direitos humanos, isto é, estratégia de prevenção à visibilidade das prostitutas, que historicamente são vítimas do empobrecimento social. Além disso, a exoneração do Dr. Dirceu Greco do cargo de diretor do Departamento Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais, reforça o ditatorialismo que conduz à falência a política brasileira de Aids. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Numa atitude meio <i>pra não dizer que não falei das prostitutas</i>, uma das peças voltam com outra frase sem ser a inicial: “eu sou feliz sendo prostituta”. Entre o original e o genérico, o último custará menos nesta relação moralista de poder e oportunismos que se estabeleceu. Este retrocesso poderia ser chamado também de <i>putaria</i>, mas não cabe o termo justamente pra não ofender as “putas” que com coragem assumem para todo Brasil sua felicidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ditado “se explicar, piora” cai muito bem às tentativas de se justificar a suspensão do material. Não é o individual que estrategicamente vai aproximar o público específico? Se não me vejo numa propaganda, com certeza é bem menor a possibilidade de me sentir atingido e/ou motivado ao que ela está me propondo. Agora, fazer política “para” os vulneráveis, é bem diferente que fazer “com” e não dá pra afirmar que quem está dentro do movimento não está na mesma (falta de) condição que seus pares e que não os representa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A atitude de Eduardo Barbosa e Ruy Burgos que estavam diretores-adjuntos deste mesmo Departamento, ao pedir a saída após a demissão do Dr. Greco, revela a dignidade e o compromisso com a causa. Além disso, reforçam na prática que não basta somente antirretrovirais e preservativos, mas que o diálogo e a ousadia/coragem são extremamente necessários na luta contra a Aids e o preconceito que nos impedem de viver plenamente.</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-52734324988649288752013-04-09T07:50:00.000-07:002013-07-04T17:30:12.063-07:00MEU NOME NÃO É AIDS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLa_WHkENfZ_54UeR99mwOalNO6BNxZ-jU_NydjQBCPDU-AtpBKGiEapqphwGifIvT1pt5Dwhhdmfckp6NidbT0XZ3YVAL8HaISpVxeBqyY_XwCv6kl2CHUKCSSwRK9Sob-bYZY0NNgBk/s1600/69574_408257355913071_436009888_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLa_WHkENfZ_54UeR99mwOalNO6BNxZ-jU_NydjQBCPDU-AtpBKGiEapqphwGifIvT1pt5Dwhhdmfckp6NidbT0XZ3YVAL8HaISpVxeBqyY_XwCv6kl2CHUKCSSwRK9Sob-bYZY0NNgBk/s330/69574_408257355913071_436009888_n.jpg" /></a></div>
O jovem estudante Petterson Silva (16) é morador do município de Acará/PA, situado no nordeste do Estado. Em 2011 participou da capacitação e implantação do Grupo Gestor Municipal (GGM) do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). Desde então, vem colaborando nas ações de prevenção às DST e combatendo o preconceito em decorrência do HIV/Aids. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste mesmo ano, integrou a <b>Rede Jovens + Pará</b>, articulação estadual da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens vivendo com HIV/Aids (RNAJVHA), que luta na promoção e defesa dos direitos humanos, com foco na saúde sexual e reprodutiva da população juvenil. Ele não vive com HIV, mas é um dos tantos jovens que hoje atuam com a RNAJVHA combatendo a discriminação a pessoas vítimas da Aids. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este mês o “ Gazeta do Vale”, jornal de circulação no Acará e em municípios vizinhos, publicou a matéria: “Preconceito é o principal problema para os portadores do HIV/Aids”. Junto às informações divulgadas, estava a foto de Petterson, justamente por ser um dos entrevistados sobre o assunto. Entretanto, após publicar a página com a notícia no<i> facebook</i>, começou a sofreu comentários de caráter preconceituoso. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O título da matéria confirmou de forma antecipada aquilo que se comprovou em comentários , tanto na rede social, quanto em sua cidade. Porém, não é a primeira vez que Petterson tem recebido algumas censuras por se posicionar em defesa dos direitos humanos. Em algumas de suas postagens nas redes sociais se colocando contra a homofobia, também recebeu avacalhações. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A grande questão é que esta atitude não se configura como um fato isolado ou até mesmo algo que vem para vitimar. A mesma situação ocorrida com Petterson é constante e em alguns lugares tem ocorrido de forma ainda mais violenta. Em São Paulo/SP, por exemplo, pai e filho foram confundidos com homossexuais e agredidos, sendo arrancada uma parte da orelha de um deles. Já em Camaçari/BA, um jovem também heterossexual foi brutalmente assassinado por está abraçando seu irmão. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O fato é que não precisa ser soropositivo para também sofrer a discriminação das pessoas que vivem com HIV: basta assumir a luta contra a Aids para ser alvo de comentários estigmatizantes. Assim como o ser gay, lésbica, travesti ou transexual não é o único para ser vítima da homofobia, basta ter uma postura afetiva “diferente” da “normatividade”. Portanto, antes de fazer um discurso que limite a criminalização da homofobia somente a um direito de LGBT, vale lembrar que esta mesma violência vem atingindo também heterossexuais. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conforme a <b>Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids¹</b>: “ninguém tem o direito de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único motivo de serem portadoras do HIV/aids”, “ninguém poderá fazer referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao resultado de seus testes para o HIV/aids, sem o consentimento da pessoa envolvida” e; “todo portador do vírus tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado de saúde e o resultado dos seus testes”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Infelizmente o compromisso com a vida nem sempre é visto com os olhos da solidariedade, onde a trave do preconceituoso insiste tapar. Porém, antes de qualquer afirmação equivocada ou atitude preconceituosa, vale lembrar que ninguém, a não ser a própria pessoa, tem o direito de revelar sua condição sorológica, seja ela qual for. E independente se positiva ao HIV ou não, merece ser respeitada em sua dignidade, independente de religião, orientação sexual, raça/etnia, etc. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1S1GO9MoVcAxD4x7Gdx9FxcdhT3rof7mMiqA5HImxjhjjckAMzJR5_XdXcZiECp2qWAi48Qu95OI4dnhAHCFi7Ejw2tQKCiUr3tUDXEtrZ2-hseQ48dd0_7__c0BzsAHk8arhegby0wo/s1600/385958_210010545741550_1005590166_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1S1GO9MoVcAxD4x7Gdx9FxcdhT3rof7mMiqA5HImxjhjjckAMzJR5_XdXcZiECp2qWAi48Qu95OI4dnhAHCFi7Ejw2tQKCiUr3tUDXEtrZ2-hseQ48dd0_7__c0BzsAHk8arhegby0wo/s330/385958_210010545741550_1005590166_n.jpg" /></a></div>
E antes que limitemos as pessoas simplesmente em um vírus, a reflexão do atual representante da RNAJVHA/Amazônia tem muito a nos ensinar: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“<i>Logo que descobri fiquei amedrontado, sem saber ao certo do que se tratava. Foi um momento de muito transtorno, fiquei sem “chão”. Aquele foi um momento oportuno para que eu pudesse buscar informações a respeito do que é o vírus HIV. Depois de um tempo já conformado, o que mais me chocou foi saber e notar em tudo o que li e em todas as informações que captava, o que mais mata, é o preconceito que a sociedade impôs sobre as pessoas que vivem com HIV. Hoje eu tenho uma concepção de mundo, não tenho vergonha do que sou. Me chamo EFRAIM LISBOA e não Aids...</i>”<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="text-align: justify;">______________________________</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">¹ Confira em: <a href="http://www.aids.gov.br/pagina/direitos-fundamentais" target="_blank">www.aids.gov.br/pagina/direitos-fundamentais</a> (consulta realizada em 08 de abril de 2013).</span></div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-36515319279571699282013-03-27T23:00:00.000-07:002013-07-04T16:25:28.007-07:00ÁGUAS DE MARÇO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
<i>“São as águas de março fechando o verão</i></div>
<div>
<div style="text-align: right;">
<i>é a promessa de vida no teu coração”</i></div>
<div style="text-align: right;">
Águas de Março - Tom Jobim</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Profundas experiências místicas de fraternidade e luta vem sendo vivenciadas em Belém/PA, durante o mês de março. São momentos realizados em uma sintonia que, independente de religião, orientação sexual, cor/raça, sexo, idade, gênero e outras diferenças, testemunham “como é bom e agradável os irmãos viverem unidos” (Salmo 133). Quero destacar dentre estas, três ocasiões que participei e que me fizeram refletir/reafirmar o quão importante vem sendo o ecumenismo e o diálogo inter-religioso na capital paraense.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na primeira sexta-feira (01), vivemos em comunhão com diversos países o <b>Dia Mundial da Oração (DMO)</b>. Ele “<i>é um movimento que reúne mulheres cristãs, de muitas tradições, em todo o mundo, para observar um dia comum de oração por ano</i>”¹. Em 2013, as mulheres da França contribuíram com a elaboração da proposta de reflexão e animação a ser celebrada em todo mundo. O Evangelho de Mateus inspirou o tema “Era forasteiro e me hospedastes” (Mt 25,35), motivando à oração-reflexão-ação sobre a realidade de acolhida ao estrangeiro e do tráfico de pessoas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em nosso Estado, este momento é construído pelo movimento ecumênico, congregando diversas igrejas, entidades e pessoas cristãs, num cuidado que se revela na ornamentação do espaço celebrativo, na acolhida fraterna, na harmonia das vestes e das canções inculturadas, no alimento compartilhado, na oferta direcionada a projetos sociais apoiados anualmente pelo DMO, entre outros elementos. Uma liturgia expressa com simplicidade e riqueza, nos conectando ao Sagrado e também à vivência de imigrantes na França e em outras nações: suas dificuldades e superações, acolhidas e desprezos, conquistas e desafios.</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
Durante as comemorações do Dia Municipal e Estadual da Umbanda e outros cultos Afro-Brasileiros, fomos às ruas na <b>IV Caminhada Pela Liberdade Religiosa</b>. O centro da cidade na manhã de 17 de março, amanheceu ao som dos atabaques e agôgos, abrindo espaço para danças, saudações, intervenções políticas contra a intolerância religiosa e racismo. Subindo a Presidente Vargas, uma das importantes avenidas da cidade, os participantes defenderam o respeito e o reconhecimento da afroreligiosidade, levando o clamor contra a intolerância religiosa rumo à Praça da República. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A memória de mãe Doca, também esteve presente durante a caminhada. Ela se tornou símbolo de resistência por ter sido a mulher que primeiro tocou tambor no Pará, enfrentando os ataques sofridos pelas comunidades de terreiro. Um pedaço de <i>Aruanda</i> construído pela relação com a natureza e o cuidado com o outro viveu-se naquele momento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O martírio de Dom Oscar Romero em El Salvador também foi rememorado na noite do 23, durante <b>Ofício dos Mártires da Caminhada</b>. Celebramos a vida deste bispo que, nos passos de Jesus, assumiu a causa dos direitos humanos, denunciando sem medo a violência política, sendo, por isso, perseguido e assassinado pela ditadura militar no dia 24 de março de 1980, enquanto presidia a missa. Buscou-se recordar <i>a vida de quem tombou</i> lutando pela justiça social, pelos empobrecidos(as).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outros(as) mártires como Ir. Dorothy, Pe. Josimo, Chico Mendes, Ir. Adelaide, Pe. Gisley, Dom Hélder Câmara, Alexandre Vanucci, etc. também foram lembrados por seu compromisso em defesa da vida. Cada participante, com velas nas mãos ao redor da Palavra, alimentou-se das palavras do Evangelho de João que trazia o amor como maior mandamento (Jo 15,7-17), não numa relação de servidão, mas de amizade com Jesus e de compromisso com o Reino. O <i>sangue das vidas dadas</i>, a doação da própria vida como testemunho evangélico de amor, esteve presente nas orações, nas músicas, nas danças.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Problemas relacionados aos direitos humanos, meio ambiente, violência, saúde... tornaram deste um mês, mais <i>kairós</i> que <i>cronos</i>, nos desafiando a fé e questionando-nos sobre aquilo que realmente acreditamos e defendemos enquanto bem-viver. Balançados(as) entre o pessimismo e o otimismo, envolvidos(as) por sentimentos de preocupação, frustração e cansaço.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entretanto, são <i>águas de março</i> que vão e vem, crises e soluções convivendo em um mesmo tempo e mesmo espaço, que necessitam existir, para que possamos rezar, lutar e festejar resistindo e não desistindo da <i>promessa de vida</i> em abundância para todos e todas.<br />
<br />
<div style="text-align: left;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5HnDLHwv0P_asivY97wsXD7BPIp3cQIhBU_2s-SBzUxYnummDHgbDbhi14PUkunsV1gNDx3uW_uMpbaTt1CJMdAcOqEtnZSHdZgA4zp8CKP1ScxB9SH3s-VXBOU_kkBwBYhM02E9i-Lw/s1600/598961_499695030068157_1773540024_n.jpg" imageanchor="1"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5HnDLHwv0P_asivY97wsXD7BPIp3cQIhBU_2s-SBzUxYnummDHgbDbhi14PUkunsV1gNDx3uW_uMpbaTt1CJMdAcOqEtnZSHdZgA4zp8CKP1ScxB9SH3s-VXBOU_kkBwBYhM02E9i-Lw/s290/598961_499695030068157_1773540024_n.jpg" title="Com Marcelo Manfredini na IV Caminhada pela Liberdade Religiosa" /></a> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD2YTOohgAiAEwNPab9RKfAUJwaZlASmhcfqMamqQWtrEj95DDQ6wocGXaz8ORr8DUKsop8UQ50gTHnVyrZen613E2t5VDsT27P7rATCU6Xevap4Ev12-WM68x2Q6bMzdSFcAWs1u_ffY/s1600/P3170246.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; text-align: left;"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD2YTOohgAiAEwNPab9RKfAUJwaZlASmhcfqMamqQWtrEj95DDQ6wocGXaz8ORr8DUKsop8UQ50gTHnVyrZen613E2t5VDsT27P7rATCU6Xevap4Ev12-WM68x2Q6bMzdSFcAWs1u_ffY/s290/P3170246.JPG" title="Participantes da IV Caminhada pela Liberdade Religiosa" /></a> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="329" src="http://www.youtube.com/embed/M2SCKeNzjxc" width="585"></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidSo0L87zJD6c7zKftG-KZxCmmjssPL0l83yr5E2r8jiaZ-UYFaFYPsL6rc0sfT_8NXESdvth2NUFAUXZA95KnI7av3lURVSCwuIAMkZEHEyBhgEVkE-lpQ7wvPgW75sZsb6ArzPvdOsw/s1600/65538_495443843837870_415004879_n.jpg"><img alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidSo0L87zJD6c7zKftG-KZxCmmjssPL0l83yr5E2r8jiaZ-UYFaFYPsL6rc0sfT_8NXESdvth2NUFAUXZA95KnI7av3lURVSCwuIAMkZEHEyBhgEVkE-lpQ7wvPgW75sZsb6ArzPvdOsw/s290/65538_495443843837870_415004879_n.jpg" title="Dia Mundial da Oração 2013" /> </a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgubgIoib9SW0ls5Fy2lHLdktxnpLR29lB3h8utmZqi8CdaMlkeqPokAMemOYHJzArlHKCJb_oCwobFLAKhNqW4Lj8vP-uhX17jdulX2w3tzfdTJYGC-1RSiKrtn0mAft92FzpnyxRfOPI/s1600/299774_495445557171032_737153746_n.jpg"><img alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgubgIoib9SW0ls5Fy2lHLdktxnpLR29lB3h8utmZqi8CdaMlkeqPokAMemOYHJzArlHKCJb_oCwobFLAKhNqW4Lj8vP-uhX17jdulX2w3tzfdTJYGC-1RSiKrtn0mAft92FzpnyxRfOPI/s290/299774_495445557171032_737153746_n.jpg" title="Dia Mundial da Oração 2013" /></a></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx23CEDaOuQn-EeLqa95p2ySbx021MUMYKDC2K82gv1IezxucBk8n5GygWqaRBLOaPlK4cqMT3_HUH6PTmkGSJ_-j_wzUtFp-rti9kyymAzXXJUM0BLSkxSQ_3oSPN9drHBYiPT0uUe7o/s1600/P3230333.JPG"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx23CEDaOuQn-EeLqa95p2ySbx021MUMYKDC2K82gv1IezxucBk8n5GygWqaRBLOaPlK4cqMT3_HUH6PTmkGSJ_-j_wzUtFp-rti9kyymAzXXJUM0BLSkxSQ_3oSPN9drHBYiPT0uUe7o/s290/P3230333.JPG" /></a> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv5ZumRV9ReJCKOEgp75vvNPtWP3FPIUbkJ_Pb0Fzl0pj4Xscj2mkGX9amEt08fEupe_J55u4T-RPu_mMTGz8yloNcifaX5AuJM0T4bNQd2sriM2DtDsl7X97jCLUHVYLI_f-kEN0lqb4/s1600/P3230331.JPG"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv5ZumRV9ReJCKOEgp75vvNPtWP3FPIUbkJ_Pb0Fzl0pj4Xscj2mkGX9amEt08fEupe_J55u4T-RPu_mMTGz8yloNcifaX5AuJM0T4bNQd2sriM2DtDsl7X97jCLUHVYLI_f-kEN0lqb4/s290/P3230331.JPG" /></a></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="440" src="http://www.youtube.com/embed/Zad96i7sC0Y" width="587"></iframe>
<br />
<div style="text-align: left;">
____________________________________________</div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
¹ <span style="font-size: x-small;">Site do Dia Mundial da Oração: <a href="http://www.dmoracao.com/index.php?pagina=1334759358" target="_blank">http://www.dmoracao.com/index.php?pagina=1334759358</a></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-2402453934194457242013-03-21T10:28:00.000-07:002013-07-04T16:25:28.002-07:00JOVENS CELEBRAM A VIDA DOS MÁRTIRES E O COMPROMISSO COM OS DIREITOS HUMANOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
No próximo dia 23 de março, acontece na Paróquia Imaculada Conceição (Belém/PA) a <b>Celebração dos Mártires da Caminhada</b> em memória daqueles que morreram defendendo a vida. O momento quer recordar o testemunho de pessoas que se contraporam a cultura de morte e assumiram o compromisso com as causas dos empobrecidos.
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta celebração também será dedicada a Dom Oscar Romero, assassinado em El Salvador no dia 24 de março de 1980, por um atirador do exercito salvadorenho. Por sua atuação em defesa da justiça social e sua solidariedade as vítimas da violência política, sofreu perseguição da ditadura militar e seu martírio durante a celebração de uma missa que presidia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Diversos protestos aconteceram neste país com a sua morte e em todo mundo se pressionava por reformas em El Salvador. Por este motivo também a ONU decretou 24 de março como o “Dia Internacional pelo Direito à Verdade acerca das Graves Violações dos Direitos Humanos e à Dignidade das Vítimas” e o Papa João Paulo II o declarou como “Servo de Deus”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Num contexto quaresmal, de encerramento da Campanha da Fraternidade com tema “Fraternidade e Juventude”, a celebração martiral também será um chamado a conversão aos direitos dos adolescentes e jovens. Momento de reacender a chama da utopia, de recriar a festa da vida e assumir o compromisso com a causa juvenil. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para esta celebração estão sendo mobilizados grupos de jovens da Pastoral da Juventude e outras expressões juvenis, assim como as pastorais sociais, comunidades eclesiais de base, religiosos da vida consagrada, Igrejas Cristãs e movimentos sociais comprometidos com a luta pelos Direitos Humanos. </div>
<br />
<b>SERVIÇO </b><br />
PAUTA: Celebração dos Mártires da Caminhada<br />
DATA: 23 de março de 2013 HORÁRIO: 19h00<br />
LOCAL: Paróquia Imaculada Conceição<br />
END.: Rua Snapp, 09 – Castanheira (atrás do Colégio Madre Celeste)<br />
<div>
MAIS INFORMAÇÕES: (91) 81831841 / 99257434 / 81424611<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6E2v5ZUQkLrajsVF8aIdgb71EQ9LJOogTEJLQdxSLuKpHgPklF3J_21UFSXhpLO37Y6Sy1vmUtzWRgti1GoPqc9JMXngA_NL9JwBU9HqJgfREngt7CFiGa7cNNUvGBL4qZPFt12pBEOo/s1600/Cartaz_Celebra_Martires.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6E2v5ZUQkLrajsVF8aIdgb71EQ9LJOogTEJLQdxSLuKpHgPklF3J_21UFSXhpLO37Y6Sy1vmUtzWRgti1GoPqc9JMXngA_NL9JwBU9HqJgfREngt7CFiGa7cNNUvGBL4qZPFt12pBEOo/s630/Cartaz_Celebra_Martires.png" /></a></div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-69684999416612415762013-02-16T21:49:00.000-08:002013-07-04T14:46:45.428-07:00RELEITURA DAS TENTAÇÕES DE JESUS (Lucas 4,1-13) <div style="text-align: justify;">
De repente, ele sentiu uma necessidade de dar uma volta. Pegou o ônibus em direção ao maior <i>shopping center</i> da cidade. Lembrou que tinha que comprar uma calça para ir à escola, pois a que tinha estava apertada demais. Quando chegou, foi logo pesquisando o preço nas lojas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mal entrou e um vendedor logo lhe abordou com uma série de camisas na mão: “Moço, essas camisas estão na promoção!”. E ele respondeu a moça: “Não, obrigado. Estou a procura de calça, você poderia me ajudar escolher?”. Sem que ele terminasse, o homem foi logo escolhendo entre as “skinny” e “saruel” dizendo que aquelas eram as que a galera estava usando. Não se sentindo satisfeito com nenhum dos dois modelos, seguiu para outra loja. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando chegou em outra loja, além de encontrar as calças do mesmo modelo, os preços estavam altíssimos. Depois percebeu que aquela marca nada mais era que a mesma patrocinadora de um dos programas de mais audiência na televisão. Continuou seguindo, mas não encontrava calça nem do jeito que gostava, tampouco ao valor que ele podia pagar. Resolveu então sair daquele shopping... </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao sair do local, deparou-se com um grupo de meninas. Sorriu desajeitado e seguiu, mas ainda escutou um burburinho “estilo mais brega, totalmente fora de moda”. Parou e respirou fundo. Deveria voltar ao shopping e sacrificar todo o seu dinheiro do mês naquela calça da marca mais cara, só para ficar na moda, mas que não combinava em nada com a personalidade dele? Desistiu. Seguiu em frente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seguindo o caminho, deparou-se com um outdoor em que havia um modelo alto e musculoso com cabelos visivelmente tratados. O modelo era o protagonista da nova novela das 21h e era considerado o padrão de beleza atual. Todos os rapazes queriam ser como ele. Lembrou-se de um colega que estava tomando “bomba” para ficar mais parecido com o modelo. Outro colega estava numa dieta rígida: nada de carboidratos, e até por isso se privava de alguns programas com os amigos, como uma saída para uma pizzaria. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Também lembrou-se de algumas amigas do colégio que queriam ser como a protagonista da Malhação. Uma delas havia feito uma lipoaspiração e a outra estava sofrendo de anorexia, tudo para terem o corpo como o da atriz. Pensou também na amiga que tinha alguns quilos a mais. Ela era a menina mais divertida da escola, mas poucos gostavam de conversar com ela porque não se parecia com a atriz. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Parou e teve medo de se tornar excluído do grupo. Em frente havia um lugar que vendia anabolizantes e resolveu comprar para ter o corpo como o do modelo do outdoor. Mas também teve medo de colocar em risco a sua saúde. Também não queria fazer exercícios físicos diários, exceto os fundamentais para a sua saúde. Continuou caminhando e se deu conta que gostava do seu corpo. Podia não estar dentro do padrão de beleza imposto, mas era bonito, estava feliz e não havia nada que quisesse mudar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Continuou seguindo, enquanto uma garoa começava a cair. Havia uma igreja aberta ali perto e resolveu aguardar a chuva passar. Havia um casal de adultos coordenando o encontro que tinha como tema: “A vida de Jesus na vida dos Jovens”. Eles cantavam e dançavam com a juventude e sua animação os contagiava. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em dado momento, um dos participantes fez um comentário relacionado à violência que eles vêm sofrendo no bairro e propôs que o grupo fizesse um abaixo-assinado nas ruas e levasse até a Câmara Municipal para denunciar esta situação e pedir providências. Porém, o casal disse que estas questões ficam por conta da associação de moradores, que eles que tem que tocar estes assuntos e que não poderiam se envolver com política, pois isso não faz parte do carisma do grupo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Retornou pra casa, pensativo. Envolvido por um sentimento de inquietude, pois sabia que tudo isto poderia acontecer novamente em algum dia, em algum lugar...</div>
<div style="text-align: justify;">
______________________________</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>EDUARDO DA AMAZÔNIA</b> (<a href="mailto:eduardopaidegua@hotmail.com">eduardopaidegua@hotmail.com</a>)</div>
<div style="text-align: justify;">
Militante da Pastoral da Juventude, representante estadual da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens vivendo com HIV/Aids - Pará.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>MARI MALHEIROS (</b><a href="mailto:nanamalheiros@hotmail.com">nanamalheiros@hotmail.com</a>)</div>
<div style="text-align: justify;">
Militante da Pastoral da Juventude, estudante do curso de "Fé e Política" na diocese de Guarapuava/PR e advogada.</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-73982304880852795692013-02-06T20:19:00.001-08:002013-07-04T14:34:11.151-07:00PROTAGONISMO JUVENIL<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
<i>O princípio da valorização do protagonismo é a escuta, se eu não faço isso, eu não só comprometo a autonomia do jovem, como eu envelheço precocemente a humanidade.
</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem são os(as) adolescentes e jovens? Esta pergunta deve ser feita inicialmente a quem se propõe a trabalhar com/para a juventude. Ainda que possa parecer complexa, não há como começar qualquer trabalho com este público sem minimamente conhece-lo. E para isto, torna-se necessário um exercício de escuta, conforme sugere Rubem Alves em “Escutatória"[1]. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As características biopsicossociais entram em conflito com o tempo e o espaço, definindo um conjunto de conceitos que possa identificar estas etapas tão próximas, mas que também possuem especificidades. No Brasil, conforme a lei que dispõe sobre o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, a adolescência compreende a etapa entre doze e dezoito anos[2]. Já as ações voltadas à juventude compreendem de 15 a 29 anos[3]. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Num paralelo ao artigo do teólogo e escritor Leonardo Boff sobre sustentabilidade[4], os(as) adolescentes e jovens podem ser tratados(as) como adjetivos (pode ser agregada a qualquer coisa sem mudar a natureza da coisa) ou substantivos (exige uma mudança na natureza da coisa). Sua capacidade transformadora vem sendo ofuscada por estereótipos: padrão de beleza, reprodutora da violência, alienada/alienante ou descartável. Com isso, o hedonismo de alguns pelo poder, empurra muitos(as) à criminalidade, a prostituição, a gravidez precoce, ao tráfico, dentre outros problemas sociais. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em contrapartida, o reconhecimento dos(as) adolescentes e jovens como sujeitos de direito, se dá a partir da compreensão e valorização de seu PROTAGONISMO. De origem latina (“protos” que significa principal, primeiro e “agonistes” lutador, competidor) protagonismo se refere a participação ativa de modo a intervir no meio em que atua. Protagonizar não é estado (status), mas sinônimo de ação. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, para quem se propõe a promover a autonomia juvenil, evitar-se-á dependência ou tutela, onde as decisões giram a partir ou em torno de uma pessoa, mesmo que este(a) seja um(a) adolescente ou jovem. Ninguém protagoniza por ninguém, mas é uma ação individual com/para o coletivo. “A idéia é que o protagonismo juvenil possa estimular a participação social dos jovens, contribuindo não apenas com o desenvolvimento pessoal dos jovens atingidos, mas com o desenvolvimento das comunidades em que os jovens estão inseridos”[5]. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tornar protagonista uma população silenciada na história nos fará escutar gritos evidentes. Farão-nos perceber que propostas superficiais como a redução da maioridade penal, além de aumentar a violência e o extermínio de jovens, não resolverá o problema da (in)segurança pública. Pelo contrário, irá calar a voz de quem pode trazer a mudança que o mundo espera acontecer. </div>
<div style="text-align: justify;">
_________________________________</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
[1] Artigo publicado no Correio Popular em 09/04/1999. <a href="http://www.rubemalves.com.br/10mais_03.php" target="_blank">http://www.rubemalves.com.br/10mais_03.php</a>. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
[2] Confira em: <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm" target="_blank">www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm</a>. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
[3] Emenda Constitucional de Nº 65, de 13 de julho de 2010 - <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm" target="_blank">http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm</a>. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
[4] BOFF Leonardo. Sustentabilidade: adjetivo ou substantivo?<br />
Em: <a href="http://leonardoboff.wordpress.com/2011/06/07/sustentabilidade-adjetivo-ou-substantivo/" target="_blank">http://leonardoboff.wordpress.com/2011/06/07/sustentabilidade-adjetivo-ou-substantivo/</a>. </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
[5] BRENER Branca Sylvia, “O que é Protagonismo Juvenil?”<br />
<a href="http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/tabid/77/ConteudoId/5649e039-9334-482f-9431-d9059a580ad3/Default.aspx" target="_blank">http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/tabid/77/ConteudoId/5649e039-9334-482f-9431-d9059a580ad3/Default.aspx</a>.<br />
====================================================<br />
Este artigo também foi publicado no site da <a href="http://www.agenciajovem.org/wp/?p=13932" target="_blank">Agência Jovem de Notícias</a> e <a href="http://www.adital.com.br/?n=ch2q" target="_blank">Adital</a></div>
</div>
<div>
<div id="ftn5">
</div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-57782748179541401362013-02-04T14:39:00.000-08:002013-07-04T14:46:45.413-07:00LIDERANÇA: LAVAR OS PÉS OU AS MÃOS?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbj8maHW094d9JrF1J86au6eRkZTG1MpDPy32HZLdgtXxX4JQxEZbLCE-bn2ED3teyqnKX_iTxKGlJh3LfvcGKEDAeoPjfR3_MW81osMZS6RISoWizo0XrvcTdUrbtfQ7VJLuh_grezVI/s1600/lava_pes.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbj8maHW094d9JrF1J86au6eRkZTG1MpDPy32HZLdgtXxX4JQxEZbLCE-bn2ED3teyqnKX_iTxKGlJh3LfvcGKEDAeoPjfR3_MW81osMZS6RISoWizo0XrvcTdUrbtfQ7VJLuh_grezVI/s320/lava_pes.jpg" width="242" /></a>O gesto de Jesus no lava-pés é claro: a autoridade é uma função de serviço. O próprio Cristo fala: "Eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz." (Jo 13,14-15).
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Com esse gesto, Jesus mudou o direcionamento do poder. Antes o poder era considerado privilégio. Com Cristo, passou a ser sinônimo de serviço, principalmente serviço aos que mais sofrem. As relações de poder, após o ensinamento do Mestre, devem ser norteadas pelo amor que se torna doação. “Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1b). <br />
<br />
Por isso não há que se falar em privilégios porque a função de um possui mais autoridade que a do outro. A relação formada entre os cristãos é de fraternidade e doação. Lavar os pés é o mesmo que assumir um compromisso de serviço e amor ao próximo; é assumir o compromisso do Reino que leva à Cruz e à Ressurreição. <br />
<br />
Muitas pessoas, cristãs ou não, fizeram da mesma forma que Cristo e passaram a vida lavando os pés dos outros. Gandhi, Luther King, Steve Biko, D. Oscar Romero, Chico Mendes, Margarida Maria, D. Hélder Câmara, Padre Josimo Tavares, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Irmã Dorothy Stang, Padre Gisley Azevedo Gomes, entre tantos outros, anônimos ou não, são exemplos de líderes que, na sua função de autoridade, nada fizeram além de servir e amar o próximo, mesmo colocando em risco as suas próprias vidas. Hoje ainda encontramos esses líderes nos diversos movimentos sociais, em comunidades, associações de moradores e igrejas, e eles não se cansam de viver a proposta de Jesus até o fim. <br />
<br />
Porém Pilatos, governador da Judeia, lavou as mãos (Mt 27,24). Ele tinha a autoridade para soltar Jesus (Jo 19,9-12). Ele sabia da inocência do Cristo, mas para preservar seu cargo submeteu-se à farsa criada pelo Sinédrio e permitiu a morte de alguém que nada fez de errado (Jo 19, 12b-16). Ele não prendeu Cristo e não pediu sua crucificação, mas o fez porque aceitou as pressões de uma elite odiosa e cruel que desejava manter um povo submisso às suas vontades e caprichos, através de uma lei injusta que foi duramente criticada por Jesus. Pilatos tinha o poder para libertar Jesus, mas por medo de perder seus privilégios foi conivente com o crime formulado pelos poderosos. <br />
<br />
E quantas lideranças são como Pilatos! Podem salvar os diversos Cristos presentes nos milhares que padecem de fome, de falta de moradia, políticas públicas, segurança e carinho, mas nada fazem. Simplesmente lavam as mãos, permitindo que os Cristos sejam torturados, crucificados e mortos por aqueles que usam o poder para sua própria vontade e egoísmo, mantendo, dessa forma, uma sociedade que aceita uma cultura de morte, totalmente contrária ao Reino pregado por Jesus. <br />
<br />
São dois líderes, cada um representando dois projetos de sociedade totalmente antagônicos entre si. Pilatos representa uma ordem social pautada no capital, na exploração do trabalho dos pobres e no privilégio de uma elite que exclui e marginaliza quem não está dentro de seus padrões. Para Pilatos nada importa, desde que ele não perca seus privilégios. Por isso mesmo ele se omite e cede às ameaças dos poderosos. <br />
<br />
Já Jesus é a liderança maior de um Reino em que não há privilégios, onde há vida plena para todos (Jo 10,10), independentemente da situação social. No Reino de Jesus Cristo, a maior lei é o amor (Jo 13,34-35), e a maior prova desse amor é doar a vida em favor dos irmãos (Jo 15,13). <br />
<br />
Por isso, a todos nós ficam alguns questionamentos: De que tipo de líderes precisamos? Que tipo de líderes somos? Somos como Pilatos, que foi covarde e omisso ao ser conivente com a crucificação de Jesus? Ou somos como Cristo, capazes de amar até o fim? </div>
<div style="text-align: justify;">
_____________________________</div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="autor">MARI MALHEIROS</span><span class="sobre-autor"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="sobre-autor">Militante da Pastoral da Juventude, estudante do curso de "Fé e Política" na Diocese de Guarapuava/PR e advogada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span class="sobre-autor">Fonte: <a href="http://www.mundojovem.com.br/artigos/lideranca-lavar-os-pes-ou-as-maos" target="_blank">Jornal Mundo Jovem</a></span><br />
<span class="sobre-autor"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<b>CONFIRA OUTRAS CUÍRAS <a href="http://eduardodaamazonia.blogspot.com.br/p/cuiras-textuais.html">TEXTUAIS</a> | <a href="http://eduardodaamazonia.blogspot.com/p/cuiras-audiovisuais.html">AUDIVISUAIS</a> | <a href="http://eduardodaamazonia.blogspot.com/p/cuiras-musicais.html">MUSICAIS</a></b><span class="sobre-autor"> </span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-66598272100858292662013-01-25T19:54:00.001-08:002013-07-04T15:19:54.826-07:00JUVENTUDE DO BENGUÍ: ENTRE O EXTERMÍNIO E A ESPERANÇA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"> E o primeiro mês do ano, infelizmente foi o último para mais um jovem no bairro do Benguí (Belém/PA). Ivanilson Favacho de 22 anos, alvejado por vários tiros, foi assassinado na manhã de anteontem (25), por volta das 11h da manhã.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"> Sábado passado (19), foi o último dia que o encontrei junto a outras pessoas que em sua companhia partiam rumo às quadras (um ponto de encontro que reúne a galera durante a noite no bairro). Passou com aquele jeito simples de todas as vezes que o encontrava desde quando o conheci, mas estava um pouco distante e olhando para outro rumo, que não nos saudamos como cordialmente ele sempre fazia.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"> Fez parte de um grupo sociopolítico de jovens e do Agente Jovem. Havia somente uma passagem pela polícia por porte ilegal de arma, conforme informações de Renato Wanghon, delegado da DEPOL do Benguí. Atualmente, buscava alternativa de sobrevivência na venda de churrasco que colocou frente a sua casa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"> Há que considere isto como o resultado de uma passagem pela criminalidade. Eu particularmente considero além disso, aliado a um processo que a juventude que vive principalmente na periferia tem sofrido em Belém e que tem colocado o Pará no ranking dos Estados mais violentos do país.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"> Não vou debruçar-me numa análise sobre a questão da violência que vem exterminando todos os dias a população juvenil de nossas baixadas e das demais comunidades populares. Quero compartilhar o texto que um jovem escreveu por ocasião do assassinato de Ivanilson e que me chamou bastante atenção. Segue:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
------------------------------------------------------------------------<br />
<b><br /></b>
<span style="color: blue;"><b>O QUE É A VIDA EM SI?</b><br />Um ciclo natural, onde conhecemos pessoas que de um dia para o outro se tornam essenciais em nossa vida, algumas nos machuca, outras nos fazem feliz, e no final todas nos ensinam a vivermos sem elas, é doloroso, complicado. Mas fazer o que, se a vida e assim, se viemos a esse mundo, sabendo que um dia partiremos. Um dia desejamos boa noite para um conhecido, e no outro, já não o vemos mais. Triste realidade, o que torna tudo isso tão doloroso, é o modo ao qual, as pessoas estão partindo, tão prematuramente. Sem se quer deixar nesse mundo, a sua semente.<br /><br />Até quando as pessoas estarão contribuindo para o fim do mundo, qual o prazer de tirar uma vida, qual a sensação de voltar pra casa, ver todos felizes, enquanto em outra casa, a tristeza predomina, por conta de um ato por você cometido? </span><br />
<span style="color: blue;">Está sendo constrangedor, viver nesse mundo, onde as pessoas se sentem melhores que as outras por tirar a vida. Já pensei em mudar de bairro, mas não adiantaria. Já não gosto de assistir jornais, por conta das mortes que aparecem, diariamente , Até quando, estaremos vivendo em um purgatório, sofrendo pelos outros, e as vezes por nós mesmo. Por enquanto fico apenas na esperança de ver, as pessoas mudando, sendo educadas, carinhosas uma com as outras, espero que eu ainda esteja nesse plano, para poder viver tudo isso.</span><br />
<span style="color: blue;">Marrony Lima – 19 anos<br />Estudante de escola pública, cursando o 2º ano.</span><br />
------------------------------------------------------------------------<br />
<br />
O jovem que também conhecia a vítima, diz que o principal motivo que lhe levou a compartilhar estas palavras no facebook foi indignação. “Eu não gosto nem um pouco de ver pessoas sendo mortas”, comenta. Para ele, esta situação não deve ser encarada com naturalidade. “Eu não acho normal nenhum assassinato” acrescenta.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="textexposedshow"> Cabe a nós uma leitura desprendida de estereótipos e saudosismos, definições e pressupostos pré-estabelecidos onde se procura somente aquilo que se quer escutar. A mudança virá quando convertermo-nos a juventude, crendo no seu protagonismo, estimulando sua autonomia e investindo em sua capacidade transformadora. Busquemos este caminho que os demais virão por acréscimo...</span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-2537187677735487672013-01-20T20:04:00.002-08:002013-07-04T14:01:31.481-07:00SE NÃO GOSTA DA GABY, ENTÃO TREME!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Vamos
falar de Gaby? Sim, de Gaby Amarantos mesmo, aquela <i style="background-color: white; font-family: inherit;">tecnobregueira</i><span style="background-color: white; font-family: inherit;"> do Jurunas. Acabei de ver (na verdade, confirmar)
pelas bandas do facebook o quanto o seu sucesso incomoda. E não quero falar de
um sucesso do dia pra noite, afinal esse lance é parte de uma história regada
de sangue e suor que está dando frutos. Como diria Silvetty Montilla: “isso não
é close, é condições!”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Pois
bem, a cantora oriunda de Belém/PA, tem sido alvo de comentários desnecessários
a cerca de seu trabalho. Seria muita ingenuidade nossa acreditar que isto tem
haver somente com os estilos extravagantes da cantora. Confesso, que algumas
vezes, achei que alguns de seus trajes, literalmente, dariam muito pano pra
manga, mas nem por isso cheguei ao extremo de desconsiderar a beleza de sua
voz, unida ao carisma natural que brota da cantora.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">O
problema que muitos têm, é com o que se produz na periferia. E quando falo periferia,
vou além do espaço geográfico, alargando a compreensão sociopolítica e ambiental
no qual Gaby Amarantos vem construindo sua carreira. Em uma das vinhetas de
aparelhagem, podemos contestar: “....tecnobrega, a febre de Belém”. É som de
preto, de gente da baixada, assim como o hip-hop que aprendi respeitar depois
que ouvi as canções do “Hip-Hop Mulher”. Claro que eu não quero absolutizar o
relativo, pois há letras e letras, não é porque é entretenimento que vamos
bagunçar de vez.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Há
quem queira aproveitar ainda mais para descaracterizar a cantora dizendo: ela
não terminou os estudos, ela mora perto dos “malacos” e blá-blá-blá... agora Gaby Amarantos é a principal responsável pela ausência de políticas públicas? Conversa
de quem vive numa eterna catarse. Na contramão, a existência
de Gaby Amarantos desconstrói uma série de julgamentos pré-estabelecidos pelos
tabus da “normatividade”, provocando até mesmo outras leituras socioculturais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white;"><o:p><span style="font-family: inherit;"><br /></span></o:p></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGCA21utJXH-IHqJbnMxDFM9jfa2n64OeB2GvCPpHWOZdFLoIK3Raijn8O4js0QXQo57CMQpdD8KUFQexhDUGhuCQvbwUDWiiots5M4rcdJndvdAYvVX31vvmie69Ci8XAAiGy55gFZ8w/s1600/Edu_Gaby.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGCA21utJXH-IHqJbnMxDFM9jfa2n64OeB2GvCPpHWOZdFLoIK3Raijn8O4js0QXQo57CMQpdD8KUFQexhDUGhuCQvbwUDWiiots5M4rcdJndvdAYvVX31vvmie69Ci8XAAiGy55gFZ8w/s600/Edu_Gaby.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Suado com Gaby Amarantos, no Arrastão do Pavulagem </td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Se
o feitiço do “café coado na calcinha” é bom, eu não sei, mas que as premiações
VMB (MTV), Multishow e Bravo, além da indicação ao Grammy Latino, o reconhecimento
de críticos que realmente sabem o que dizem e uma multidão espalhada pelo
Brasil, que tem um carinho imenso pela cultura paraense ou que se encantou com o
ritmo ou com o talento da cantora, são respostas em alto e bom tom a todo este “recalque”
que não é de hoje e nem terá seu termino amanhã. E para isso, a voz forte de
Gaby por si só dá o seu recado: “treeeeeeeme!”</span></div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-13658932202245193412012-12-27T07:11:00.002-08:002013-07-04T15:09:58.897-07:00GOVERNO VAI CADASTRAR TODOS OS BRASILEIROS DIAGNOSTICADOS COM HIV<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
<i>Participe do cyber-debate no final da postagem, deixe seu comentário</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Ministério da Saúde cadastrará todos os brasileiros diagnosticados com HIV. Médicos e laboratórios que fizerem exames de detecção do vírus serão obrigados a repassar os dados do paciente, em caso de resultado positivo. Atualmente, as informações só são notificadas no caso de o paciente soropositivo desenvolver Aids.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>NOSSO SEGREDO</b></div>
<div style="text-align: justify;">
"A informação será sigilosa", diz a epidemiologista Maria Amélia Veras, da Santa Casa de SP. Ela fez parte do grupo que formulou com o ministério a nova diretriz, do qual fizeram parte instituições como a UFBA, a UFMG e a FioCruz.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>MUDA TUDO</b></div>
<div style="text-align: justify;">
O intuito do registro é conhecer o perfil dos portadores do HIV para formular políticas públicas que tentem diminuir o contágio pelo vírus. O ministério diz não ter prazo para a inclusão do HIV no sistema de vigilância epidemiológica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fonte: <a href="http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/1206379-governo-vai-cadastrar-todos-os-brasileiros-diagnosticados-com-hiv.shtml" target="_blank">Folha de São Paulo</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">QUAL A SUA OPINIÃO?</span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-17185742832149922082012-12-19T21:35:00.000-08:002013-07-04T15:09:58.900-07:00AIDS E INQUIETAÇÕES JUVENIS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: inherit; text-align: justify;"> Em mais de trinta anos da sua
descoberta, a Aids ainda é novidade pra muita gente. Além do HIV continuar
fazendo milhares vítimas no Brasil e no mundo, ele ainda é “desconhecido” ou
velado em diversos lugares. A grande questão, é que a epidemia vem crescendo cada
vez mais entre os(as) adolescentes e jovens, se tornando uma vivência
compartilhada entre seus/suas familiares e amigos(as).</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">
Num país onde a saúde pública é um dos principais problemas e as políticas de
juventude ainda são utopias, que de forma arrastada tentam sair do papel, não <span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"> é de es</span>tranhar esse “vale a
pena ver de novo” no aumento de infectados(as) nesta faixa etária pelo HIV. Pode
ser até “comum” esta incidência, mas não deve ser naturalizada ou tratada como
algo banal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">
São milhões destinados a compra de insumos de prevenção e medicamentos, em
campanhas publicitárias e materiais gráficos para divulgação, em pesquisas e
pagamento de recursos humanos para atuar nas unidades de testagem e
tratamento... Muito dinheiro e ainda temos uma epidemia lotando os leitos de
hospitais, colocando o norte e nordeste em estado (e em Estados) de alerta. O
que está faltando?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">
Pesquisadores(as) provocados(as) por esta situação, contando depois com a
adesão do Movimento Nacional de Luta Contra a Aids externaram sua insônia
através do manifesto: “Aids no Brasil hoje: o que nos tira o sono?” Os gritos
silenciados, mas evidentes, foram chegando em diversos lugares do país, somando
a muitas vozes que já denunciavam o retrocesso da política de Aids nos Estados
e municípios, que agora era uníssono também na esfera federal. Jovens até se
perguntavam: o SPE está passando por onde? E o Plano de enfrentamento à
juvenização, deixará de ser lenda?<span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Gera
mais inquietação, quando a realidade é confirmada através do trecho da música:
“o jovem no Brasil não é levado a sério”. Estamos falando de uma população de
grandes potencialidades que historicamente é taxada mais como problema, que
solução. Como “ninguém” quer problema perto de si, é melhor afastar ou por fim.
Será isto então que motiva o genocídio à juventude negra e a redução da
maioridade penal?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> O que é mesmo protagonismo juvenil?
Será um paneiro de conceitos e poucas ações? Um alguidá de ideias, cercado de
tutelas e preconceitos? Substantivo ou adjetivo? O fato é que quando não
acreditamos na autonomia destes(as) jovens, não valerá a pena a
promoção da saúde na perspectiva da educação entre pares. Assim como não terá
tanta eficácia, uma ação “para” a juventude, mas “com” a juventude, adotando a
disciplina da escuta como exercício para a descoberta do novo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> As três décadas de combate a Aids, não
podem retroceder através de discursos tendenciosos e oportunistas. Assim como o
incentivo político-financeiro, não deve ser tratado como exclusividade, mas
como prioridade. A juventude não deve ser tratada como mera coadjuvante, tampouco
com tutela ou desprezo, mas sendo levando em aliando a construção da sua
identidade e de sua autonomia a capacidade mobilizadora de transformar. Afinal,
este é um trabalho que não nasce do nada para lugar nenhum, mas também tem como
ponto de partida a vida dos(as) adolescentes e jovens.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;"> Neste sentido, vale ressaltar que o “ativismo
virtual” deve ser consequência do trabalho de base, a sociedade civil
organizada estabelecendo o diálogo constante com os governos sem que perca sua identidade
e as estratégias de prevenção pautadas nas novas tecnologias construídas
mutuamente. A metodologia de educação entre pares e a educomunicação protagonizadas
pelos(as) jovens, podem até não resolver todos os desafios atuais, mas poderá
amenizar o sono de quem tira e/ou de quem está vivendo esta insônia “induzida”.</span><span style="font-family: Tahoma, sans-serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-78173532662035747452012-11-27T19:33:00.001-08:002013-07-04T16:45:24.780-07:00JUVENTUDE CATÓLICA EM TEMPO DE AIDS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
No final dos anos 80, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o 1º de dezembro como Dia Mundial de Combate a Aids. Em diversos países, ocorrem várias atividades alusivas como: campanhas de prevenção, testagens para o HIV, debates a cerca da qualidade de vida de pessoas soropositivas, etc.
Em 2012, o Ministério da Saúde investe na testagem para o HIV, sífilis e hepatites B e C, enquanto o movimento social denuncia o enfraquecimento da política de enfrentamento da epidemia de aids no Brasil.
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando falamos do HIV, não estamos tratando somente de um vírus biológico, mas também social. Mais do que atacar as células de defesa, ele também contribui para a violência contra populações vulneráveis, na reprodução de olhares e práticas discriminatórias. Há discursos estigmatizantes, que também aumentam ainda mais o preconceito contra a juventude.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na contramão das especulações e de notícias tendenciadas por algumas mídias, estão dados importantes que apontam os(as) jovens como as principais vítimas desta realidade. O fato é que a não efetivação das políticas públicas existentes e a ausência de específicas para/com a juventude, dificultam o seu desenvolvimento integral.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No serviço de saúde, a situação se agrava em muitas unidades/postos, que além de não acolher de forma humanizada, não oferecem nem o básico, o que acaba distanciando ainda mais a população juvenil, principalmente do sexo masculino. O acesso à prevenção de DST e à gravidez na adolescência e ao planejamento familiar, nem sempre são encontrados nestes espaços.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda que a promoção da saúde seja um dos temas transversais nos Parâmetros Nacionais Curriculares (PNCs), nem sempre são garantidos. Em muitas unidades de ensino não existe o Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE)[1], ou apresenta dificuldades na realização, sendo resumidos na disciplina de biologia ou apresentados de forma tendenciosa.. Além disso, há uma “invisibilidade” da aids no ambiente escolar e uma violência “velada” em decorrência dela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste cenário também está presente desde 1999, a Pastoral da Aids. Este serviço “atua especificamente no campo das DST/HIV/Aids, procurando dar conta das questões que surgem nesta área e que colocam em relação a Igreja e epidemia que atinge o país em todas as suas regiões, desconhecendo limites de idade, sexo, condição social ou religiosa”[2].</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na Parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37), somos convidados(as) a fazer duas reflexões: “de um lado, há uma proposta de leitura muito comum e aceita por todos que é procurar seguir a sugestão de Jesus no final do relato: ‘vá e faça a mesma coisa’... Ou, seja, Jesus convida a assumir o lugar do caído, pois só pode tornar-se próximo de alguém aquele que precisa .Somente quem experimenta na pele a dor do abandono, da marginalização pode deixar que se aproxime alguém que está fora do sistema , dos padrões estabelecidos. É preciso saber-se caído, pobre, para entender em sintonia com quem está a margem do caminho”[3].</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os bispos da América Latina e do Caribe, orientam: “consideramos de grande prioridade fomentar uma pastoral com pessoas que vivem com HIV/aids, em seu amplo contexto e em seus significados pastorais: que promova o acompanhamento integral, misericordioso e a defesa dos direitos das pessoas infectadas; que implemente a informação, promova a educação e a prevenção, com critérios éticos, principalmente entre as novas gerações, para que desperte a consciência de todos para o controle desta pandemia”[4].</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, onde está o meu grupo de jovens no meio de tudo isso? Como estamos trabalhando a prevenção e a acolhida de jovens vivendo com HIV? Afinal, "os grupos de jovens são um instrumento pedagógico de educação na fé. O pequeno grupo, como instrumento de evangelização, foi um dos instrumentos pedagógicos usados por Jesus ao convocar e formar seu grupo de doze apóstolos"[5].</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O trabalho de base, além de promover a integração, possibilita também a “educação entre pares”, ou seja, jovem educando/evangelizando jovem. Porém, é preciso garantir um espaço mais de escuta e buscar, na medida do possível, utilizar as informações e experiências que trazem, para reforçar ou ajustar algum entendimento. Um espaço com verdades prontas, afirmações fechadas, tendem a inibir a participação destes(as) não só no grupo, mas no seu protagonismo juvenil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O acesso a informação é muito importante para “que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8). A escolha dos materiais que serão utilizados (vídeos, textos, músicas...), assim como das pessoas quem vão ajudar, precisa ser feita com atenção. Procure saber a fonte dos subsídios e o envolvimento do facilitador(a)/assessor(a) acerca do assunto. Ficar atento(a) para não constranger, machucar... mas em acolher, informar, cuidar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já dizia a frase de uma campanha: “viver com aids é possível, com o preconceito não”. Por mais que haja populações vulneráveis, não é o contato com grupos específicos que determina a infecção ao HIV, mas comportamentos de risco. E antes de segregar alguém, é preciso não esquecer que “Deus não faz acepção de pessoas” (Rm 2,11).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É muito importante que os(as) jovens católicos(as) participarem no enfrentamento da <i>juvenização</i> da aids, na desconstrução de mitos relacionados à prevenção e à <i>vhivência</i>. É promover a solidariedade, “para que todos tenham vida em abundância” (Jo 10,10).
</div>
<div style="text-align: justify;">
___________________________</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>[1]</b> O Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) tem como objetivo reduzir a vulnerabilidade de adolescentes e jovens às doenças sexualmente transmissíveis (DST), À infecção pelo HIV, à aids e a gravidez não planejada, por meio de ações no âmbito das escolas e unidades de saúde.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>[2]</b> Guia do Agente de Pastoral da Aids – Porto Alegre, RS: Pastoral DST/Aids – CNBB, 2005. p. 20.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>[3] </b>Idem. p. 62.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>[4]</b> Documento de Aparecida, n. 421. Texto Conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (CELAM - 2007).</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>[5]</b> Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas pastorais, n. 151 - CNBB, 2007/Doc. 85</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-79736103021481804062012-11-16T08:14:00.002-08:002013-07-04T16:25:28.030-07:00CARTA ABERTA AOS BISPOS E PADRES DA ARQUIDIOCESE DE BELÉM<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
"<i>Que ninguém o despreze por ser JOVEM</i>” (1 tm 4,12)</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
É com grande preocupação que me dirijo ao episcopado e ao clero da Região Metropolitana de Belém. Preocupação esta que há bastante tempo se vive em nossa Arquidiocese: a Evangelização da Juventude. Estando às vésperas da VIII Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, não poderíamos deixar de refletir cada vez mais a necessidade da Igreja de Belém assumir em comunhão com as Conferências Episcopais do Brasil e da América Latina, em assumir não somente afetivamente, mas de forma efetiva, a juventude.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seja por Aparecida ou pela realidade juvenil, encontraremos um caminho que aponta para Cristo, colocando a “Igreja em estado permanente de missão”. Somos convidados a assumir não só a defesa, mas a promoção da vida dos(as) jovens que diariamente sofrem com o empobrecimento social e a violência. E é neste aspecto que o tema juventude precisa transversalizar os temas que serão refletidos durante a construção Plano de Pastoral para o quadriênio 2013-2016.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No 46º Dia Mundial das Comunicações, o Papa Bento XVI na mensagem “Silêncio e palavra: caminho de evangelização” nos mostra a importância da escuta e o quanto ela poderá contribuir em nossa ação pastoral. Neste sentido, acredito que precisamos exercitar a “escutatória” junto aos(as) jovens, reconhecendo estes(as) como realidade teológica, permitindo-nos também escutar os sinais dos tempos. Além disto, ter como referência os documentos produzidos pela própria Igreja para este trabalho, como o Doc. 85 da CNBB – “Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas pastorais”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Urge um cuidado com a Pastoral da Juventude Arquidiocesana (PJA). Em mais de 25 anos de caminhada, a PJA busca esta sintonia com as orientações da Igreja, para o trabalho com os(as) jovens. Não é a toa que muito de sua experiência teórica e prática esta registrada e é referência pastoral e social para muitas organizações e para a própria CNBB e o CELAM. O Marco Referencial da Pastoral da Juventude do Brasil, assim como a reedição do livro “Civilização do Amor: Projeto e Missão” revelam isto. Entretanto, a ausência do clero nas atividades da PJ, a falta de assessores(as) leigos(as) e religiosos(as) em muitas Paróquias, que conheçam minimamente a identidade e a organização da PJ, a carência de investimento na formação específica de lideranças juvenis e adultas, assim como na aquisição de subsídios próprios desta pastoral, tem fragilizado desde os grupos de base até a instância arquidiocesana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 2013, o Brasil estará acolhendo a Jornada Mundial da Juventude e a Campanha da Fraternidade, novamente será “Fraternidade e Juventude”. Este ano, os grupos de jovens já começam a se organizar pra marcar presença no Rio de Janeiro. Ainda vislumbramos a realização do XVII Congresso Eucarístico Nacional e dos 400 anos de Evangelização na Amazônia, que acontecerá em 2016. Não seria oportuno realizar em nossa Arquidiocese a “Missão Jovem”? E se ainda me permitem, não seria importante uma grande atividade formativa, assumida pela Arquidiocese de Belém, contando com a presença do clero e do laicato, sobre Evangelização da Juventude. Ainda em tempo, que esta pudesse orientar como e onde se deve “implantar” o Setor Juventude, já que hoje não temos uma clareza sobre o que vem a ser este espaço.
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que nestes dias de Assembleia de Pastoral, nossa Mãe de Nazaré, acompanhe o episcopado e o clero, juntamente com a vida religiosa e os(as) leigos(as) que estarão presentes, para que possam construir cada vez mais, uma “Igreja a serviço da vida plena para todos” e todas.</div>
<br />
<div style="text-align: right;">
Eduardo Soares (Eduardo da Amazônia)</div>
<div style="text-align: right;">
Ex-secretário da Pastoral da Juventude Arquidiocesana – Belém/PA</div>
<div style="text-align: right;">
E-mail: eduardopaidegua@hotmail.com
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-25928692213989918192012-11-15T17:33:00.001-08:002013-07-04T15:09:58.905-07:00UM OLHAR SOBRE OS VIVENDOS<div style="text-align: right;">
<i>Texto escrito por ocasião do <a href="http://gtpnoticias.blogspot.com.br/2012/11/a-aids-nao-esta-sob-controle-o-numero.html" target="_blank">I Vivendo Nordeste</a></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A pergunta que intitula o tema deste encontro “Estamos vivos e vivas?” não poderia ser mais inquietante, mais desestabilizadora, e, por isso mesmo, extremamente pertinente, frente aos novos e velhos desafios impostos por todos e todas que vivem com HIV e AIDS na sociedade atual.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Falo em desafios velhos, considerando o preconceito ainda residente, tanto por parte de quem vive esta realidade, pertencente aos mais diversos segmentos – já que não se trata mais de uma praga “gay”-, ao fazerem um caminho pelo deserto do silenciamento, à margem de uma tomada de postura que contribua para a efetivação de políticas públicas que caminhem para além de uma sobrevida, circunscrita, muitas vezes, na marginalidade, na periferia das filas dos hospitais públicos, que, embora ofereçam tratamento médico “de ponta”, caso da realidade do Estado de Pernambuco, alavancando as possibilidades de uma vida mais saudável física e psicologicamente, por sua vez, não são suficientes para trazer à sociedade outros encaminhamentos que efetivamente contribuam para a garantia da dignidade humana em âmbitos mais gerais, no campo do Direito, da Saúde Pública, do exercício à cidadania plena, por exemplo. E para tanto me parece que a atitude de se esconder não mais condiz com o que este novo contexto impõe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É preciso, portanto, nos tornarmos visíveis, expostos, no intuito de juntarmos forças, nos agruparmos, para socializarmos experiências, dificuldades, possibilidades, limites, êxitos e, nesse aspecto, este encontro faz o maior sentido. Falo de desafios velhos também por parte das pessoas que não convivem com esta realidade, seja na condição de soropositivo, seja na condição de possuírem alguém próximo convivendo com o vírus. Nestes casos, predominam, ainda, o preconceito escancarado, em alto e bom som, travestido na ignorância religiosa, sob o prisma de dogmas envelhecidos, retrógrados e machistas; na ignorância educacional e informacional que constrói sujeitos insensíveis e intolerantes, alijados da possibilidade de tratarem da temática como uma questão de interesse de todos e, consequentemente, humanizarem suas relações interpessoais e seus discursos como cidadãos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse sentido, corroboro a afirmação de Carlos Dias, ao analisar a experiência soropositiva de Hebert Daniel, propondo que a cidadania e democracia são para toda a população brasileira. Segundo ele, Hebert Daniel exortava a todos saírem dos “guetos”, já que a permanência nesses espaços significava interiorização e aceitação da discriminação. Por isso, a homossexualidade como identidade monolítica levava a clandestinidade, já que sua realização só é possível porque vinculada ao gueto. Acrescento que, nessa nossa discussão, cabe a ampliação de qualquer forma de “gueto”, o do exílio, o do silêncio, o da apatia, o da falta de força de vontade de lutar por melhores condições cidadãs de estar e ser em sociedade. Cabe, portanto, frente aos novos desafios, já referenciados acima, uma postura, de nós que convivemos com a soropositividade em algum grau, engendrar todas estas discussões para o campo da democracia, da cidadania e da liberdade, para que não encontremos mais casos em que a morte social precede à morte biológica, ou seja, não sejamos aquele que, anunciando a possibilidade de morte, é imediatamente excluído, já que no outro, saudável, não existiria o desejo de lembrar que um dia também vai morrer. Ledo e perverso engano. Sobre essa questão, Fernando Seffner (1995: p. 131) mostrou que a</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Morte por AIDS é a morte antes dela mesma, tanto no sentido físico e clínico, mas especialmente no sentido de morte civil, de perda de cidadania. A morte por AIDS quase não é vista pelo senso comum como morte no sentido biológico, já que suas representações e significações a aproximam da ideia de fracasso, punição, castigo e provação.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não podemos permitir que, nos dias atuais, haja a menor sombra de se instituir a “morte civil” imposta ao soropositivo. Concordamos, assim, com Daniel que se a AIDS fosse “de todos”, existiria espaço para a construção da solidariedade e a vitória sobre os discursos que excluíam o soropositivo, ou se direcionavam somente a poucos segmentos. Herbert Daniel assinala bem aquilo que venho chamando de novos desafios:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O ponto inicial de orientação estratégica nos leva a divulgar que temos que viver com a AIDS. A AIDS está entre nós, é uma doença nossa, não é uma doença do outro, do alheio. VIVEMOS TODOS COM ELA. A educação de que a doença é um problema comum de toda a humanidade, gera uma estrutura de enfrentamento de onde surgem as raízes da solidariedade social.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, autonomiza-se uma concepção mais humanista, isenta de preconceitos e que sinaliza a participação de todos no combate à AIDS. Como diz Daniel, é preciso retomar o poder sobre nossos corpos e lutar contra a clandestinidade, o gueto o preconceito e a negação, construindo assim a democracia, cidadania e liberdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estamos vivos e vivas. Não há dúvidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
_____________________________</div>
<div style="text-align: justify;">
ANDRÉ GUEDES</div>
<div style="text-align: justify;">
Pedagogo e integrante do <a href="http://www.gtp.org.br/" target="_blank">GTP+</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="text-align: center;"><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>CONFIRA OUTRAS CUÍRAS <a href="http://eduardodaamazonia.blogspot.com.br/p/cuiras-textuais.html">TEXTUAIS</a> | <a href="http://eduardodaamazonia.blogspot.com/p/cuiras-audiovisuais.html">AUDIVISUAIS</a> | <a href="http://eduardodaamazonia.blogspot.com/p/cuiras-musicais.html">MUSICAIS</a></b></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-41850677849975166082012-11-14T04:52:00.000-08:002013-07-04T16:25:28.013-07:00BELÉM/PA: SEMINÁRIO BÍBLIA E JUVENTUDE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img src="https://lh6.googleusercontent.com/-ePWnOsusQDo/UKP7WdAFzgI/AAAAAAAAKSY/vulQ6NjUvpU/s600/395129_420387538015678_1785480066_n.jpg" /></div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Jovens da Rede Ecumênica da Juventude (REJU/Amazônia), da Pastoral da Juventude (PJ – Igreja Católica Apóstólica Romana), da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, estiveram participando do “Seminário Bíblia e Juventude” que aconteceu nos dias 10 e 11 de novembro, no Centro Social Sagrada Família, em Ananindeua/PA. Organizado pelo Centro de Estudos Bíblicos (CEBI/PA) em parceria com igrejas cristãs e organizações e ecumênicas, a atividade teve como principal objetivo levar as <i>juventudes</i> a conhecer as suas realidades e através de uma hermenêutica juvenil, buscar luzes nas Escrituras para o cuidado com a vida, contra a violência e o extermínio de jovens.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Um olhar sobre a realidade das juventudes”, facilitado por Silvana Sarmento da assessoria da PJ, abordou a percepção dos(as) jovens no contexto cultural, político, econômico, social e religioso. A desigualdade e a diversidade, também foram trazidos como elementos presentes e que precisam de atenção para o desenvolvimento desta população juvenil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Emanuel Messias e Ir. Tea Frigério do CEBI/PA, levaram os(as) participantes a refletir “quais as provocações para uma leitura/hermenêutica bíblica na ótica da juventude?”. Além de destacar a presença de jovens na Escritura, percebeu-se também o protagonismo juvenil na Bíblia, tendo como chave de leitura a “multiplicação dos pães e peixes” (Jo 6).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como encaminhamento, criou-se um grupo que bimestralmente se reunirá para estudo bíblico e conduzir outras atividades ecumênica entre jovens, como os encontros semestrais, deixados como indicativo. Envolvido de mística, embalado pela arte e pela valorização da cultura, conclui-se a atividade com uma dança circular sagrada indígena e abraço fraterno.</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-17310775125107601192012-11-05T17:15:00.000-08:002013-07-04T15:01:13.013-07:00A MÍSTICA, ENERGIA DE VIDA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
"As grandes tradições orientais do Hinduísmo e do Budismo presenteiam a humanidade com místicas muito profundas. Hoje existem terapias baseadas em métodos de respiração oriental. No mundo, inteiro, muita gente faz ioga. Outras tradições espirituais como o Xamanismo têm outras propostas de misticismo. Em que consiste a mística cristã?”. Essa pergunta me foi dirigida em uma entrevista na televisão e muita gente a retoma com certa frequência. Não se trata apenas de uma questão religiosa em si, mas de saber qual é a contribuição da mística para que as pessoas possam ter uma vida mais equilibrada e sadia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mística tem a mesma raiz de mistério. Vem de um termo grego que significa iniciação. Diz respeito à intimidade mais profunda que motiva e impulsiona a vida interior de alguém e de um grupo. Como ninguém pode encontrar a Deus, nem ao outro ser humano, se não se encontra profundamente consigo mesmo, o cultivo da interioridade é básico em todas as tradições espirituais. Na Bíblia, um salmo ora: "Unifica o meu coração, para eu viver na intimidade do teu amor” (Sl 86, 11). Os místicos antigos se chamavam monges (o termo grego monos quer dizer uno) porque viviam para alcançar a unidade interior. São Gregório escreveu sobre São Bento que ele "habitava consigo mesmo”. Essa busca da unidade interior é graça divina, mas pede um cultivo. Não acontece espontaneamente e sem método. Alguns elementos desse caminho são universais e ecumênicos. Outros são próprios de uma ou outra tradição. O Cristianismo antigo herdou das religiões orientais a técnica da meditação, retomou a repetição de um mantra ou invocação (por exemplo, a oração do nome de Jesus). Refez costumes como a peregrinação e a importância da solidariedade e da partilha. Essas duas dimensões (a interior e a social) se completam uma a outra. O Budismo faz da esmola uma exigência prévia para alguém ser monge. O Islã também coloca a misericórdia com o outro como mandamento fundamental. O Cristianismo insiste que se a gente não se relaciona com o irmão a quem vê não pode se relacionar com Deus a quem não vê (Cf. 1 Jo 4, 20). Dietrich Bonhoeffer, teólogo, vítima do nazismo, dizia: "O Cristo está em mim para você e está em você para mim. Ele está em mim, mas eu só o encontro em você e está em você, mas você só pode encontrá-lo em mim”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, existem grupos espiritualistas que desenvolvem um tipo de espiritualidade baseada na autoajuda, em cuidados consigo mesmo e com a saúde. Esse tipo de caminho é legítimo e pode ser até importante, mas não chega a ser verdadeiramente um caminho espiritual, enquanto não nos leve a sair de uma autoajuda de tipo egoísta para nos colocar em comunhão com os outros e com todo o cosmos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em um mundo agitado e uma sociedade agressivamente competitiva, a contribuição mais importante de uma mística ecumênica é nos tornar capazes de sermos pessoas de profunda escuta do outro, capazes de comunhão universal e profundamente solidários com o destino da humanidade. Na primeira vez em que o Dalai Lama veio a São Paulo, alguém lhe perguntou como, na cidade grande, desenvolver um caminho místico. Ele respondeu: "Toda pessoa tem dentro de si uma semente de compaixão. Você é uma pessoa mística quando a desenvolve e a faz transformar-se em uma árvore que se identifica com o seu modo de viver”.</div>
<div style="text-align: justify;">
_____________________________</div>
<div style="text-align: justify;">
MARCELO BARROS</div>
<div style="text-align: justify;">
Monge beneditino e escritor</div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="text-align: center;"><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b style="text-align: center;">CONFIRA OUTRAS CUÍRAS <a href="http://eduardodaamazonia.blogspot.com.br/p/cuiras-textuais.html">TEXTUAIS</a> | <a href="http://eduardodaamazonia.blogspot.com/p/cuiras-audiovisuais.html">AUDIVISUAIS</a> | <a href="http://eduardodaamazonia.blogspot.com/p/cuiras-musicais.html">MUSICAIS</a></b></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-25357960457169210342012-10-05T07:37:00.000-07:002013-07-04T15:09:58.903-07:00SUSTENTABILIDADE É TEMA DO VIII FÓRUM UNGASS/AIDS – BRASIL <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
<i>Por Eduardo da Amazônia (PA) e Caiocesar Almeida (PE)</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Ativistas da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens vivendo com HIV/Aids</i></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic7rQtB-cWIqCr6HjFpoiLP9u-bwddfU309klJCvkZd50zQwiD6ckeoz7vJBNnus4Ud6AtHkN9a2HOoly93FgP6c3z8WrjYwLaVtfQEC_YnhlDaZ_d6d172i_TcMQ0Rr51bd2XPpf_iR0/s1600/ungass.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic7rQtB-cWIqCr6HjFpoiLP9u-bwddfU309klJCvkZd50zQwiD6ckeoz7vJBNnus4Ud6AtHkN9a2HOoly93FgP6c3z8WrjYwLaVtfQEC_YnhlDaZ_d6d172i_TcMQ0Rr51bd2XPpf_iR0/s1600/ungass.jpg" /></a>Encontram-se em Recife/PE cerca de 60 ativistas brasileiros(as) do movimento nacional de luta contra a Aids reunidos(as) no VIII <a href="http://www.gestos.org/forum_ungass_aids/" target="_blank">Fórum da UNGASS/Aids - Brasil</a>, que tem como tema: “Sustentabilidade da Resposta Nacional ao HIV e Aids – O papel da Sociedade”. Nesta quinta-feira (04), houve o início das atividades tendo dois assuntos abordados: “Estado Laico e o Brasil” e “Sustentabilidade Política Econômica dos Movimentos Sociais”, respectivamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Após as boas vindas de Jair Brandão, da <a href="http://www.gestos.org/" target="_blank">GESTOS – Soropositividade, Comunicação e Gênero</a> um resgate histórico acerca do processo de colonização aliada à religião, foi apresentado por Betânia Ávila, da <a href="http://www.soscorpo.org.br/" target="_blank">SOS Corpo – Instituto Feminista para Democracia</a>. Em seguida, Toni Reis, presidente da <a href="http://www.abglt.org.br/" target="_blank">ABGLT</a> tratou das atuais influências religiosas nas políticas públicas, principalmente no campo da sexualidade e reprodução humana. Ainda pela manhã, Raimundo Oliveira, da executiva nacional da <a href="http://www.abong.org.br/" target="_blank">ABONG</a>, facilitou o debate sobre o marco regulatório para o repasse de recursos públicos às organizações da sociedade civil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Durante a tarde, os(as) participantes contaram com a contribuição de Veriano Terto (<a href="http://www.abiaids.org.br/" target="_blank">ABIA</a>/RJ), Kátia Edmundo (<a href="http://www.cedaps.org.br/" target="_blank">CEDAPS</a>) e Carlos Duarte (<a href="http://conselho.saude.gov.br/" target="_blank">CNS</a> – GAPA/RS), que trataram sobre “Participação Democrática e Controle Social”. Na abordagem, a realidade da Política Nacional de Aids, na qual foram apontados como desafios da incidência política e controle social e alguns espaços como o Conselho Nacional de Saúde e até mesmo dentro do próprio Movimento Aids.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Concluindo o dia de discussões, Felipe Fonseca, da <a href="http://www.msf.org.br/" target="_blank">Médicos Sem Fronteiras</a>, e Claudio Fernandes, da GESTOS, trouxeram algumas demandas do VII Fórum da UNGASS AIDS Brasil acerca da propriedade intelectual e acesso a tratamento, assim como a Taxa sobre Transações Financeiras – TTF. A produção e aquisição de medicamentos para o tratamento de pessoas que vivem com HIV foram preocupações destacadas, assim como os impactos na justiça socioambiental que precisam ser enfrentados.
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-75374254211696269632012-09-15T16:49:00.000-07:002013-07-04T15:09:58.916-07:00TODOS(AS) PELA VIDA: PRISCILA ARAÚJO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0EO9eHaidWc2JMRBwmC0CjgVaXnyCHqzp1NW3pP9SfOD9HfGF3uiqUMYJDrlv1w0uF4U5rHE1AsGDqa0_WNaCNrfp5yJYdM3afzdw4rcwtqMpldG6MHRPLKxkhVgAZVwVdqoLF4PvOQY/s1600/Prisca.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0EO9eHaidWc2JMRBwmC0CjgVaXnyCHqzp1NW3pP9SfOD9HfGF3uiqUMYJDrlv1w0uF4U5rHE1AsGDqa0_WNaCNrfp5yJYdM3afzdw4rcwtqMpldG6MHRPLKxkhVgAZVwVdqoLF4PvOQY/s200/Prisca.jpg" width="146" /></a>Na madrugada de sexta-feira (14), minha/nossa grande amiga <a href="http://www.facebook.com/priscila.araujo.566" target="_blank">Priscila Araújo</a> sofreu um grave acidente que vem nos preocupando... Neste sentido, estou criando um espaço dentro do meu blog para aglutinar informações a cerca de sua saúde e criar uma corrente de boas energias pela sua vida.<br />
<br />
Quem tiver acesso a notícias e quiser compartilhar aqui, basta acessar o <a href="http://eduardodaamazonia.blogspot.com.br/p/contato.html" target="_blank">formulário de contato</a> e enviar. Mas, por favor: somente se for comprovada a veracidade desta.<br />
<br />
:: <a href="http://www.facebook.com/groups/388308114574159/" target="_blank">Grupo no facebook, para troca de informações e boas energias</a>!<br />
:: <a href="http://www.diarioonline.com.br/noticia-219161-acidente-na-cidade-nova-teve-uma-vitima-fatal.html" target="_blank">Acidente na Cidade Nova teve uma vítima fatal (Diário do Pará)</a><br />
<br />
ÚLTIMAS NOTÍCIAS:<br />
<ul>
<li>Como a Priscila ainda está muito inchada, não foi possível ser realizada a traqueostomia. (Atualizado em 23/09 - 14h18min)</li>
<li>Nesta manhã, foi realizada a traqueotomia. Além no inchaço no corpo, ela também está com pneumonia. (Atualizado em 22/09 - 16h53min)</li>
<li>Para ajudar respirar melhor, ela vai precisar fazer uma traqueotomia, prevista para acontecer amanhã, pela manhã. (Atualizado em 21/09 - 23h07min)</li>
<li>12h sem sedação e os médicos estão esperando alguma reação caso isso não aconteça em 24h será feita uma nova bateria de exames. (Atualizado em 18/09 - 22h29min)</li>
<li>O quadro da Priscila é estável, ainda está em coma induzido e a sonda que estava usando, foi retirada. Ainda está utilizando o aparelho pra ajudar a respirar. A expectativa é que a tarde saia um boletim médico. (Atualizado em 17/09 - 12h16min)</li>
<li>Ela saiu do coma profundo e o resultado da tomografia apontou que ela não irá precisar passar por cirurgia. Está respondendo bem ao tratamento e permanecerá no Hospital Metropolitano, mantida somente em coma induzido para facilitar a questão do tratamento. (Atualizado em 15/09 - 21h05min) </li>
<li>Ela ainda encontra-se em coma "natural", mas já fizeram a tomografia e o resultado está previsto sair ainda hoje. (Atualizado em 15/09 - 20h55min) </li>
</ul>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-68239811929405778312012-09-03T20:51:00.000-07:002013-07-04T15:09:58.913-07:00O PROTAGONISMO DE ADOLESCENTES E JOVENS POSITHIVOS(AS) NAS ELEIÇÕES<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
De acordo com <a href="http://www.aids.gov.br/publicacao/2011/boletim_epidemiologico_2011" target="_blank">Boletim Epidemiológico Aids e DST 2011</a> divulgado pelo Ministério da Saúde, foram diagnosticados cerca de 66.698 casos de aids entre a população de 15 a 24 anos, no período de 1980 a 2011. Este número corresponde a cerca de 11% do total de casos de aids notificados no Brasil desde o início da epidemia ocorre entre jovens, sendo 38.045 no sexo masculino (57%) e 28.648 no sexo feminino (43%). O mesmo também apresenta o aumento de 10,1% entre os gays nesta faixa etária.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Somos impulsionados(as) a refletir não somente a cerca de uma prevenção soronegativa, mas integral, inclusiva e participativa que também leve em consideração a promoção da saúde de pessoas vivendo com HIV, com foco nas populações vulneráveis. Ainda que programas, projetos, eventos e campanhas ocorram nesta perspectiva, torna-se necessário POLÍTICAS PÚBLICAS, que garantam nas esferas federais, estaduais e municipais a permanência destes direitos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O conceito de CIDADANIA (do latim “civitas” – cidade) aponta para o <i>conjunto de direitos e deveres que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de sua gente</i>[1]. A legislação brasileira garante a todo e qualquer cidadão(ã) – e isso também vale a pessoas que vivem com HIV – obrigações e direitos que nem sempre são efetivados ou negligenciados. E é nesta conjuntura que os(as) jovens precisam exercer sua PARTICIPAÇÃO POLÍTICA. Ainda que perpasse pelas campanhas e eleições ao executivo ou legislativo, o exercício da cidadania envolve também o acompanhamento destes(as) na efetivação de suas atividades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Grande parte dos(as) adolescentes e jovens enfrentam o empobrecimento social, sendo as principais vítimas da violência. O Mapa da violência 2012[2] revela que nos últimos 30 anos houve um aumento de 346% na taxa de homicídios entre crianças e adolescentes com idades entre zero e 19 anos. Esse crescimento quase que sistemático, vem-se dando muitas vezes de forma velada, que vai desde a sua criminalização até a negação de seus direitos básicos. Todavia, o protagonismo juvenil nas diversas organizações, movimentos e em redes sociais vem contrapondo a este cenário opressor onde através da incidência política e do controle social, os(as) jovens têm contribuído na formulação de POLÍTICAS PÚBLICAS PARA JUVENTUDE.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No contexto da saúde, esse protagonismo se revela por meio da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids (RNAJVHA). A rede tem a missão de <i>agrupar, acolher e apoiar adolescentes e jovens vivendo com HIV e AIDS, bem como elaborar e incitar respostas, ações e políticas públicas contra os estigmas e impactos do HIV e AIDS</i>[3]. Sua atuação se dá através do empoderamento juvenil, com foco nos seus direitos sexuais e reprodutivos e sua participação acontece em diversos espaços da sociedade civil e do poder público.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estamos caminhando para um momento importante: as eleições municipais. Prefeitos(as) e vereadores(as) serão escolhidos(as) em vista do bem comum, do bem-viver. E, novamente, a juventude vivendo com HIV, deve levantar sua bandeira em vista de possíveis mecanismos que possam garantir uma atenção integral a sua saúde e o de políticas públicas capazes de oferecer uma assistência de incidindo em qualidade de vida.
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As organizações não governamentais que compõem o Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE)[4] elaboraram conjuntamente o PACTO PELA JUVENTUDE com propostas específicas para este público, no qual os(as) candidatos(as) aos cargos/serviços políticos espalhados(as) pelo Brasil, são convidados a assinar se comprometendo com aquela demanda. Em 2012, dentre as diversas proposições, está a promoção da saúde integral: “<i>Criar uma Política de Saúde específica para população jovem, orientada pelos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), da laicidade do Estado e do direito à experimentação, que tenha como prioridades o respeito aos direitos sexuais e reprodutivos, o <b>combate à juvenilização da Aids</b>, a disponibilização de meios adequados de prevenção e tratamento do uso abusivo de álcool e outras drogas e o enfrentamento da mortalidade materna juvenil, por meio de ações e do atendimento humanizado e qualificado na rede pública de saúde</i>”[5].</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não há dúvidas de que o momento precisa ser agora. Dar visibilidade a candidatos(as) que levantem nossas bandeiras e sensibilizar aqueles(as) que ainda não assumiram essa responsabilidade em seus programas de Governo. Garantindo acima de tudo sua adesão ao PACTO PELA JUVENTUDE, para posteriormente a sociedade fazer o controle social frente aos deveres e obrigações de vereador(a)s ou prefeito(a)s firmadas em campanha. Talvez este não seja o único, mas é um dos caminhos que poderá garantir frutos em nossas vidas e na vida dos(as) que virão.</div>
<br />
[1] UNICEF. “Guia dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Adolescentes e Participação Política”.<br />
[2] Confira em: <a href="http://www.mapadaviolencia.org.br/" target="_blank">http://www.mapadaviolencia.org.br/</a>. (Acessado em 04 de setembro de 2012).<br />
[3] Carta de Princípios da RNAJVHA: <a href="http://jovenspositivos.org.br/index.php/articles/weblinks/carta-de-principios" target="_blank">http://jovenspositivos.org.br/index.php/articles/weblinks/carta-de-principios</a>. (Acessado em: 04 de setembro de 2012).<br />
[4] A RNAJVHA compõe o conjunto de organizações da sociedade civil no CONJUVE, durante o biênio 2012/2013. Confira: <a href="http://www.juventude.gov.br/conjuve" target="_blank">http://www.juventude.gov.br/conjuve</a>. (Acessado em 04 de setembro de 2012).<br />
[5] Confira o documento e outras informações em: <a href="http://pactopelajuventude.files.wordpress.com/" target="_blank">http://pactopelajuventude.files.wordpress.com</a>. (Acessado em 04 de setembro de 2012).</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-86380065438325803332012-09-01T07:49:00.000-07:002013-07-04T15:15:58.646-07:00PARTICIPE DA CAMPANHA "A BÍBLIA NA VIDA"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
É uma alegria recordar experiências que contribuíram significativamente para minha vida. Nesta estrada, tive a oportunidade de conhecer o Centro de Estudos Bíblicos – CEBI, ao qual quero dedicar profundamente estas palavras e convidar que por estas linhas passar a aderir a <a href="http://cebi.org.br/noticia.php?secaoId=1&noticiaId=3270" style="text-align: justify;" target="_blank">Campanha “Bíblia na Vida”</a><span style="text-align: justify;">.</span>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha aproximação com o CEBI começou na minha adolescência através das Escolas Bíblicas realizadas na Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz (Benguí, Belém/PA). Grande parte dos(as) participantes tinham algo muito em comum: viviam em um bairro atingido pelo empobrecimento social. E era a partir desta realidade também que as reflexões bíblicas partiam, fazendo um paralelo entre o antigo/novo testamento e o “pós-moderno testamento” vivido também ali naquela localidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda consigo sentir o cheiro e o sabor das manhãs de domingo em que nos encontrávamos com <a href="http://franciscoomi.blogspot.com/" target="_blank">Pe. Francisco Rubeaux</a> em uma pequena escola pública para conhecer pouco a pouco a história do Povo de Deus. Éramos levados(as) a nos perceber também, parte deste povo e por isto tínhamos a função profética e missionária de assumir o compromisso com os(as) excluídos(as). Voltávamos para nossas comunidades e grupos, com o coração aquecido e dispostos(as) a ser testemunhas destas coisas (Lc 24,48).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A música e a poesia popular nos sintonizava com os textos. Canções como: “Toda Bíblia é comunicação...” ou “A Bíblia é a Palavra de Deus semeada no meio do povo...” animavam nossa mística nos impulsionando cada vez mais a adentrar na Palavra. Mergulhávamos também na sabedoria dos salmos e dos cânticos bíblicos como o de Miriam e Moisés “Minha força e meu canto é o Senhor, salvação ele se fez para mim...” ou de Maria “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome...”, dentre outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais do que cumprir uma carga horária ou uma agenda institucional, estas Escolas Bíblicas do CEBI tinham como principal propósito instrumentalizar lideranças no serviço por elas desenvolvido nas Comunidades Eclesiais de Base e nos movimentos sociais. Tanto que por muito tempo fiquei participando delas e somente depois de um certo tempo “migrei” para o Grupo de Aprofundamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Através desta metodologia popular e orante que o CEBI desenvolvia conosco, levando em consideração nossas limitações e potencializando nossas capacidades, fui percebendo então o quanto era importante conhecer as Sagradas Escrituras e incorpora-la em dentro da minha vida pastoral e social. O método de “leitura dos quatro lados” (social, político, econômico e ideológico) despertava em nós um olhar crítico e pé-no-chão a cerca das realidades bíblicas históricas e atuais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 2008, tive a possibilidade de participar na <a href="http://www.casadajuventude.org.br/" target="_blank">Casa da Juventude Pe. Burnier (Goiânia/GO)</a> da Escola Bíblica para Jovens. Uma proposta realizada no serrado e em alguns lugares do Brasil, específica para a juventude, levando em consideração seu modo de ser. Com a assessoria animadora de Mercedes de Budalles, que com criatividade tornou o estudo mais dinâmico. A arte e o lúdico, a vivência da espiritualidade com Ofício Divino da Juventude também foram elementos essenciais que contribuíram significativamente para o envolvimento dos(as) participantes com a atividade e entre si.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje não estou no CEBI, mas sinto o CEBI em mim, continuando como uma grande referência na minha militância. Meus “últimos” reencontros com o CEBI aconteceram este ano no Dia Mundial da Oração – onde ele sempre contribui na organização desta celebração em minha cidade – e numa atividade da Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Belém, através da importante participação de Ir. Tea Frigerio, religiosa xaveriana e assessora do CEBI, nos ajudando a refletir sobre a dimensão do cuidado com a missão e com a juventude. Além disso, estive presente numa das reuniões de preparação par o Seminário de Bíblia e Juventude(s) que acontecerá em Belém/PA. Este último contato se deu com a minha ida pela primeira vez em sua sede estadual, localizada dentro de um bairro periférico da metrópole da Amazônia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Portanto, precisamos unir-nos em solidariedade e contribuir com a <a href="http://cebi.org.br/noticia.php?secaoId=2&noticiaId=3271" target="_blank">Campanha “Bíblia na Vida”</a> que <i>tem por objetivo a mobilização de recursos para a ampliação dos projetos do CEBI de Leitura Popular e Comunitária da Bíblia</i>. É tempo de viver a experiência das primeiras comunidades cristãs e em comum para o bem comum, em vista daquilo que o CEBI oferece a mais de 30 anos no Brasil e em diversos lugares do mundo numa perspectiva libertadora, comprometida com os(as) empobrecidos(as).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No Estado do Pará, você pode obter maiores informações através dos seguintes contatos:</div>
<div style="text-align: justify;">
R. Generalíssimo Deodoro, Pass. José Pires, nº 8 – Cremação. CEP: 66045-600 | Belém – PA</div>
<div style="text-align: justify;">
Telefone: (91) 32522650 ou (91)82063311 E-mail : <a href="mailto:cebipara@yahoo.com.br">cebipara@yahoo.com.br</a> (Zulema e Celina).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A responsabilidade do CEBI na formação bíblica e para cidadania, necessita também de nossa responsabilidade, nossa contribuição. Por isso, é importante mobilizar todos(as) nos diversos lugares que se encontram, sensibilizá-los(as) a cerca da importância deste serviço em nossas comunidades. Com esta partilha, não estaremos somente doando algum valor financeiro, como meros patrocinadores(as) do CEBI, mas estaremos sendo parceiros(as) construtores(as) do Reino fazendo valer o nosso amor pela Palavra e pela vida!
<br />
<br />
<center>
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyl7hhHTCILWxFE-khpGk26LVC8uOF6TgxyJ53d9b8_MbYNf6dkpWmGvL-r3Mvpy3hrvzpTQ7nXAZBqHZHeXP_Him46ooHX5kghtmo_nRM0pd5Ye_D1NlxVHelEJ-BHtPxifmTDXnDVfg/s900/campanhamesbiblia.jpg" /></center>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-69163784801947168722012-07-27T06:48:00.000-07:002013-07-04T15:37:25.793-07:00MAIS UM JOVEM ASSASSINADO NA CABANAGEM<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Ontem à noite (26/07), por volta das 21h30 um policial militar foi assassinado nas ruas do bairro da cabanagem em Belém/PA. O crime aconteceu quando o mesmo voltava para a casa e foi abordado por dois homens que queriam roubar sua moto.
O soldado foi baleado pelas costas e levado ao hospital, mas não conseguiu resistir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os acusados fugiram levando a moto do PM, deixado a que eles estavam no local. Até então, não se sabe se o militar reagiu ao assalto.
Mas, quem era este policial militar?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alan Silva era um jovem de 25 anos que morava no bairro da cabanagem. Além de policial, contribuía na Comunidade Santa Luzia, pertencente à <a href="http://www.staedwiges.com.br/" target="_blank">Paróquia Santa Edwiges</a>. Por sua proximidade com a música, ele ensinou alguns adolescentes e jovens a tocar flauta e violão.
Foi membro do Grupo JUSL – Jovens Unidos de Santa Luzia, da <a href="http://www.pj.org.br/" target="_blank">Pastoral da Juventude</a> da referida paróquia e também ajudou na <a href="http://www.pastoraldomenornacional.org/" target="_blank">Pastoral do Menor</a> e Ministério de Música desta comunidade eclesial.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em outubro de 2010, a Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Belém saiu em marcha pelas ruas da Cabanagem, para celebrar o <a href="http://www.pj.org.br/noticias.php?op=ExibeNoticia&idNot=331" target="_blank">Dia Nacional da Juventude (DNJ)</a>. A atividade tinha como principal propósito denunciar as diversas violações de direito que os(as) jovens vem sofrendo naquele bairro, principalmente na questão da violência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este ano, o DNJ da Arquidiocese de Belém acontecerá no município de Marituba. Porém, a pauta continua: “Chega de violência e extermínio de Jovens”. Com o lema da <a href="http://www.juventudeemmarcha.org/" target="_blank">Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de Joven</a>s, organizada pelas Pastorais da Juventude do Brasil, vem acontecendo um movimento missionário e profético a cerca dos direitos juvenis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dentre os principais desafios, está no comprometimento não só afetivo, mas efetivo com a vida destes(as) jovens. O Estado e as demais instituições (as igrejas, as escolas, as associações comunitárias, etc.), precisam olhar com mais credibilidade para os(as) jovens e investir em políticas que de fato causem um impacto positivo na vida destes(as). Programas de Governo são necessários, mas não é suficiente. Assim como ter jovens dentro das paróquias somente como discípulos(as), não basta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos deixar esta ser mais uma vida no meio a tantas vidas de jovens exterminados(as)?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alan Silva, transvivencia deixando-nos a certeza que queria viver. Sua vida doada a serviço de uma comunidade simples da periferia nos remete a uma série de reflexões e atitudes necessárias e urgentes. Fica entre nós diversos gritos: de dor da família, parentes e amigos(as) e da Juventude que quer viver. <i>Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça!
</i></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-86278469997468788632012-06-23T07:42:00.001-07:002013-07-04T14:53:47.242-07:00CONSTRUINDO O CATORZE DE MAIO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Existem dias que prometem ser radiosos, ensolarados e, se a dinamicidade da vida está em sintonia com a situação climática, advém à promessa de muitas alegrias. A data de catorze de maio de 1888 foi assim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O dia prometia muito. No dia anterior havia sido assinada a Lei Áurea e com essa assinatura surgia promessa de uma vida melhor para os afro-brasileiros. Os negros não seriam mais obrigados a viver de forma indigna trabalhando para os senhores à custa de chicote e alguma comida. Então o acontecimento do treze de maio prometia para o catorze, do mesmo mês e, para os outros dias seguintes, um tempo melhor para os negros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entretanto, a promessa não se concretizou. O dia que iniciava bonito tornou-se feio. O catorze de maio alvissareiro se efetivou como tempo da continuidade dos tormentos dos negros. A diferença é que não estavam mais a mercê dos humores dos senhores escravagistas. A sociedade que defendia o modelo escravagista a partir do racismo manteve esta mesma orientação mesmo a pós à assinatura da Lei Áurea, impedido a população negra de alcançar o mínimo de condições sociais para sobreviver dignamente. Então o “catorze de maio” não se efetivou como um dia bom, alvissareiro, mas um dia comum, em continuidade aos dias anteriores, marcado pela negação dos direitos mais elementares da população negra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A negação cultural continuou, pois a população negra continuou sendo tolhida na possibilidade de manifestar toda a riqueza e diversidade das tradições culturais trazidas da África. Quando havia algum princípio de acolhida era mais sob aspecto da cooptação ou compreendida como manifestação de sub-cultura, com certa condescendência dos que tinham realimente um tradição cultural. No que diz respeito aos aspectos social e econômico o processo de empobrecimento se agravou, pois os negros não tiveram direito a posse da terra e nos centros urbanos não foram acolhidos enquanto empregados na indústria que nascia. A sobrevivência era conseguida através do subemprego. Esta situação era agravada pela existência de mecanismo de controle e coerção do Estado que segregava ainda mais a população afro-brasileira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A manifestação religiosa também sofreu abalos. No período escravagista havia a proibição de qualquer forma de manifestação ligada à tradição de origem africana, fato que fez da senzala o espaço da ressignificação religiosa fenômeno percebido ainda hoje. No período pós-escravidão a explicitação religiosa de origem africana tornou-se caso de polícia e a intolerância de parte do aparato policial e das Igrejas era vista como normalidade. Os tantos casos de intolerância religiosa contra os irmãos que seguem as religiões de matriz africana tem uma raiz em um preconceito religioso histórico que precisa ser extirpado do nosso imaginário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estas negações acima descritas contribuíram para as dificuldades da participação política da população afro-brasileira. O viés autoritário da política brasileira atingiu os negros. E aqui a dificuldade não está somente na vertente partidária, mas também nos diferentes órgãos de representação da sociedade civil: agremiações, sindicatos, clubes, etc. O racismo tornou-se um fenômeno disseminado na sociedade como um todo e a famosa assinatura, mesmo com o seu significado histórico não implicou em melhoria da vida dos afro-brasileiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seria ilusão imaginar que aconteceriam transformações profundas, como se num passe de mágica. De fato, isto não aconteceu. Até porque o evento de “treze de maio” já estava sendo construído na sociedade com acordos entre as elites e pela pressão dos negros, isto com muitas tensões e conflitos. Mesmo enquanto processo social com interesse direto da população negra, teve uma participação mínima dos negros. Foi uma decisão acordada entre as elites que impediram a reparação dos ex-escravos e a participação dos libertos nos processos econômicos, políticos e sociais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta leitura histórica permite a certeza de que o “catorze de maio” ainda está sendo construído e, nesta construção, encontra-se muita resistência ao protagonismo dos afro-brasileiros. Como a obra não está pronta, e alguns não a querem acabada, cabe aos afro-brasileiros assumir continuar na luta, para que o passado de privações não tenha tanta força na alma dos afro-brasileiros influenciando o presente e comprometendo o futuro. A construção do catorze de maio é a construção do futuro nosso e das gerações que virão. Existem indicativos de que a desconstrução da negatividade está acontecendo. E isto é muito bom. É o protagonismo social e eclesial defendido e incentivado na Conferência de Aparecida (DAp 75).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O dia 20 de novembro congrega esta expectativa da população afro-brasileira. É uma data importante nesta construção necessária. A memória de Zumbi dos Palmares evoca alguém que foi a luta por não se contentar com a condição social dada. E a celebração desta memória convida ao compromisso de construir outra história com a população negra: a história da superação da escravidão, do racismo e da discriminação, da xenofobia e diferentes formas de intolerância.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesta construção temos alguns referenciais: a cultura que resistiu, apesar das negações; a alegria e sentido da vida e de Deus presente na vida; a profunda ligação familiar, a capacidade de acolhida ao diferente, o dom de reinventar a vida mesmo em condições adversas. Compreendemos isto como dom de Deus, um dom que ajudará na reconstrução do catorze de maio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A pastoral afro-brasileira nasceu no tempo pós-catorze de maio, quando alguns homens e mulheres, com um amor muito profundo pela Igreja, (e aqui lembramos Padre Antônio Aparecido da Silva – Padre Toninho – de saudosa memória), sonharam que ela poderia se enriquecer ainda mais e potencializar a sua fidelidade ao mestre de Nazaré na medida em se fazia solidária com os afro-brasileiros. A acolhida dos negros na Igreja implicava na acolhida da diversidade, querida por Deus e concedida pelo Espírito. Implicava também em superar os erros do passado quando não ecoou sua voz na defesa das vidas exterminadas pelo escravagismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O tempo passou e estamos experimentando as conseqüências deste passo significativo marcado pela ousadia, sentido eclesial e espírito profético. Um passo que gerou outros passos, igualmente importantes, e que estão contribuindo para que os negros cheguem à cidadania social e eclesial.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estamos nesta nova época numa travessia. Ressignificando o catorze de maio. Iluminados pelo Espírito de Deus, com a força e coragem dos nossos ancestrais estamos neste caminho. Em que pesem as fragilidades, equívocos de indivíduos ou grupos, é palpável o enriquecimento da Igreja em sua caridade pastoral, segundo o coração, no horizonte da “civilização do amor”, “habitat do desenvolvimento do homem todo e de todos os homens” (Caridade na verdade 1). É a construção que enriquece a todos, pois todos delam participam e almejam o melhor resultado segundo os valores do Reino de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
_________________________________</div>
<div style="text-align: justify;">
Pe. Ari Antônio dos Reis</div>
<div style="text-align: justify;">
Assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz da CNBB.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-63694352477317864322012-06-15T12:11:00.001-07:002013-07-04T16:38:48.784-07:00PASTORAL AFRO-BRASILEIRA REALIZA ENCONTRO EM BELÉM<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzkdnoQcwbRMYOGp6yDIjRy1V9boSKh7geR4UfW5jyS0MRe5xRT-jkGxVSspMUBsONXlujQWDC0TVO4OoAjviMRh-QHhn7g4rIcevH4cFbuXXEK2Sg4WpSNLry8fGnyrQ8Eh44-l-GcFE/s1600/Pastoral_Afro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzkdnoQcwbRMYOGp6yDIjRy1V9boSKh7geR4UfW5jyS0MRe5xRT-jkGxVSspMUBsONXlujQWDC0TVO4OoAjviMRh-QHhn7g4rIcevH4cFbuXXEK2Sg4WpSNLry8fGnyrQ8Eh44-l-GcFE/s1600/Pastoral_Afro.jpg" /></a></div>
Neste sábado (16), acontece o Encontro da Pastoral Afro-Brasileira (PAB) na Sede Regional da CNBB em Belém/PA. A atividade tem por objetivo refletir sobre o importante papel e atuação da PAB na igreja e na sociedade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Documento de Aparecida (CELAM, 2007) revela que a história dos povos afro-ameríndios tem sido marcada por uma exclusão social, econômica, política e sobretudo racial. Além do ocultamento de seus valores, vivem ameaçados em sua existência física, cultural e espiritual.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em contrapartida, a Igreja Católica através da Pastoral Afro-Brasileira assume a causa dos(as) empobrecidos(as), estimulando a participação ativa de negros(as) nas ações pastorais e se fazendo presente na luta por seus legítimos direitos. Em sua missão, se faz solidaria nas reinvindicações pela defesa de seus territórios, na afirmação dos seus direitos, na cidadania, nos projetos próprios de desenvolvimento e consciência de negritude.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Durante a programação, racismo e violência serão assuntos abordados, além da identidade, a missão e a organização da Pastoral Afro-Brasileira. No encerramento, haverá celebração pela Páscoa do Pe. Gisley Azevedo (ex-assessor do Setor Juventude da CNBB), em memória aos 03 anos de seu assassinato e pela sua vida doada pela vida dos(as) jovens. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>SERVIÇO</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Pauta</b>: ENCONTRO DA PASTORAL AFRO-BRASILEIRA</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Data:</b> 16 de Junho de 2012 Horário: 08h às 17h</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Local:</b> Sede da CNBB/Regional Norte 2</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>End.:</b> Trav. Barão do Triunfo, 3151 - Marco (entre Alte. Barroso e 25 de setembro)</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Mais informações:</b> Silvia Barbosa - barbosa_silvia@hotmail.com ou 88064831
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2364487329652504141.post-65599570897175974692012-06-13T21:19:00.001-07:002013-07-04T16:25:28.021-07:00GISLEY AZEVEDO GOMES (15 de Junho de 2009)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0NofjCJfOIBs05JFjl1hZwpd_HgN5VI1gFhn98lMEXMvct4l_Cw8Ehus0FR6k8Co7dHqBqtToWiN5BmtwAPn2_iolCKRfa5fmnDADSdAT03OWHV3jkAtzqXsElEz0lEt9jJdo7ZuDVes/s1600/Gisley.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0NofjCJfOIBs05JFjl1hZwpd_HgN5VI1gFhn98lMEXMvct4l_Cw8Ehus0FR6k8Co7dHqBqtToWiN5BmtwAPn2_iolCKRfa5fmnDADSdAT03OWHV3jkAtzqXsElEz0lEt9jJdo7ZuDVes/s200/Gisley.jpg" width="150" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Jovem, sonhador, neotéfilo, religioso, padre estigmatino. Nasceu em 17 de novembro de 1977, no interior do estado de Goiás na cidade de Morrinhos. Filho de Sebastião Azevedo Gomes e Sebastiana Maria Gomes, era um filho dedicado e atencioso. Irmão e tio presente. Amigo da vida e daqueles que acreditavam nela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entrou no seminário em janeiro de 1995. Cursou filosofia em Goiânia-GO e teologia em Belo Horizonte-MG. Emitiu a profissão perpétua aos 23 de janeiro de 2004. Ordenado sacerdote em 29 de maio de 2005, pela Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo (Estigmatinos), na cidade de Morrinhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gisley esteve na equipe do Instituto de Pastoral da Juventude do Leste 2 (Belo Horizonte-MG) e na assessoria do Setor Juventude da CNBB nos anos de 2006 a 2009. Colaborou no processo de elaboração do Documento 85 da CNBB “Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas”. Assessor da Pastoral da Juventude, esteve presente na caminhada das Pastorais da Juventude do Brasil nas atividades nacionais e regionais, assim como nos Encontros Nacionais de Congregações e Movimentos que trabalham com juventude.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Comprometido com a vida da juventude, organizava, juntamente com as Pastorais da Juventude do Brasil, a Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens que tem como lema “Juventude em marcha contra a violência”. Lamentavelmente ele foi vítima da violência que ansiava combater.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gisley foi assassinado em 15 de junho de 2009, em Brazlândia, cidade satélite de Brasília-DF, vítima de sequestro relâmpago. Sua morte provocou consternação geral, no Brasil e América Latina, em todos os setores ligados à evangelização da juventude, a qual dedicou com entusiasmo e alegria todas as suas forças. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Logo após a liberação do corpo por parte do Instituto Médico Legal foi celebrada uma missa na paróquia Santa Cruz, em Brasília. Após a missa, o corpo de padre Gisley foi levado para sua terra natal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao chegar à igreja São Sebastião, em Morrinhos, foi celebrada missa de corpo presente. A Igreja estava completamente tomada. Caravanas de amigos jovens e adultos das Pastorais da Juventude e da Rede de Centros e Institutos de Juventude oriundos de vários estados se fizeram presentes para se despedir de Pe. Gisley.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na quinta-feira, dia 18 de junho, foi celebrada missa de corpo presente, presidida pelo bispo de Itumbiara, dom Antônio Lino com a participação do bispo de Jaboticabal-SP, dom Antônio Fernando Brochini, que batizou e ordenou Gisley. Após a missa Gisley foi sepultado no jazigo dos estigmatinos, na cidade de Morrinhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gisley fez sua páscoa aos 31 anos, vividos em favor da vida daqueles que sofrem e estão à margem da sociedade, em especial a juventude. Exemplo de amigo, assessor de juventude e religioso sacerdote comprometido com a causa do Reino de Deus.<br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.pj.org.br/documentos/Oficio_-_Gisley_15junho.pdf" target="_blank">Ofício em memória ao Pe. Gisley Azevedo - Junho 2012</a>.</div>
<br />
<br />
<center><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/4WWpLz0V79g" width="640"></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.com